Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

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Out 08

Amplia-se na vida, segundo as nossas necessidades, o tema sempre novo da caridade.

 

Ninguém calcula a importância do pão que socorre o faminto, nem o valor do remédio que alivia o doente.

 

Outras expressões de beneficência, contudo, vão surgindo imperiosas.

 

Uma delas, que raramente refletimos, baseia-se na dádiva das horas - caridade do tempo, ao alcance de todos.

 

Não há criatura impedida de exercê-la. Em qualquer clima social, semelhante cooperação é fundamento do bem.

 

Um dia de trabalho gratuito no levantamento das boas obras...

 

Uma semana tomada às férias para concurso desinteressado às instituições que reúnem doentes menos felizes...

 

Um horário de serviço puramente fraterno na esfera profissional para os que nos reclamam a experiência...

 

Um momento de tolerância e respeito para os que se extraviam na cólera...

 

Um minuto a mais de atenção para a conversa de alguém que ainda ignora o processo de resumir...

 

Uma hora para a visita espontânea ou solicitada em que sejamos úteis...

 

Todos podemos calar para que outros falem, extrair alguns instantes dos apertos do dia a dia para atividades edificantes, empregar retalhos de repouso no estudo para conseguir esclarecer ou ensinar, suprimir um passeio ou uma distração para a felicidade de servir...

 

Não nos esqueçamos de articular oportunidades em auxílio de outrem.

 

Caridade do tempo, fonte de amor e luz. É com ela e por ela que a própria Sabedoria Divina nos ampara e nos reergue, corrige e aprimora, usando paciência infinita conosco, através das reencarnações.

publicado por SISTER às 11:02

  O vento engole o meu tempo de espera...
  Rugindo como fera enclausurada!
  Transforma o meu pensar numa quimera,
  E não me deixa ter medo de nada.

  Alucinada dentro de uma esfera,
  Minha ansiedade sente-se roubada...
  Vê-se perdida numa antiga era,
  Sem entender porque foi exilada.

  Pensa encontrar razão numa ciência,
  Que nunca nos mostrou nem explicou,
  Do amor, a incontestável transcendência.

  Essa força que oscila entre os extremos,
  Do tempo que partiu, que evaporou...
  E do tempo que está aqui, que ainda temos

publicado por SISTER às 11:00

      Nascem palavras, que trago no peito,
      soletro-as no cair da tarde, em cada
      folha, onde um dia cinzelei teu nome,
      que agora preenche o chão, ao cair.

      Teu nome, Outono, reveste-se de cor,
      enchendo pracetas e adros apinhados,
      de amarelos e castanhos, e, teu rosto,
      vendo o gris do céu, traz a solenidade.

      Em cada folha caída, relembro tua tez,
      e, com cuidado, modelo teu corpo, co
      minhas mãos, juntando folhas ao vento,
      guardando-as juntinho ao meu coração.

      O frio acentua-se; despem-se as árvores.
      E, de passagem, pelo nosso belo jardim,
      ocorre-me ver-te, regando-o com afinco,
      as flores tristemente já sem suas pétalas.


   

publicado por SISTER às 10:58

      Cheguei aqui, nasci
      Não sei de onde vim ou
      se comecei a existir aqui
      Mas sei que vim, vi, vivi

      Em muita coisa venci
      Em outras perdi, mas aprendi
      Em outras errei
      mas sei que na maioria acertei

      Cometi boas ações, também pequei
      E no geral me realizei
      Me formei, trabalhei casei
      Me apaixonei, fui amado e amei

      Uma linda filha tive
      Muitas arvores plantei
      a muitos eu ajudei
      E livros já escrevi

      Contra ninguém, conscientemente
      atentei, nunca caluniei nem difamei
      Sempre me dei ao respeito e respeitei
      Já fui invejado, nunca invejei

      Muitas honras realizei
      Casas já construí, edifício também
      Mosteiros, igreja, pontes e até manicômios
      Empresas eu tive, outras dirigi
      E onde passei a porta aberta deixei

      Amo minha profissão, nela muito me realizei
      Um dia escritor, poeta me tornei
      O que em muito me orgulhei
      E me orgulho ainda, é uma terapia para mim

      Muito sonhei, nem tudo realizei
      Com Fé, com amor esperança, naturalmente
      Ainda sonho. que dias melhores virão
      Que na sociedade nas pessoas exista paz e solidariedade

      Sei que um dia me vou
      não sei se o caminho continua
      ou para de existir por aqui
      Mas vou sabendo que minha parte eu cumpri.


     

publicado por SISTER às 10:50
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                                Fora do alcance, de todos os olhares,
                                por sobre a areia quente, das dunas
                                transmutáveis, por acção do vento,
                                caminho, observando-te ao longe,
                                brincando à beira-mar, em conchinhas
                                pegando, cada uma com sua beleza.

                                Apenas te quero descobrir, em total
                                liberdade, guardando o céu, quando
                                este se junta ao mar, e, tudo parece
                                mais perto, quando as gaivotas decidem
                                poisar, e, as nossas recordações,
                                são a espuma das ondas, esbatendo-se.

                                Percebo então, que a água deve estar
                                convidativa, pois noto, que caminhas,
                                decidida, adentrando o mar, saltando
                                frágeis ondas, rindo-te, qual menina.
                                Meu primeiro instinto é ficar feliz por ti,
                                e, até o sol intenso, deixou de perturbar.

                                Resolvida a dar-te um pouco de descanso
                                e introspecção, sais da água e pões-te a
                                caminhar, na fímbria do mar, procurando
                                a areia molhada, onde tuas pegadas quase
                                não se notam, quando paras para reflectir,
                                sobre que é o amor, na vida das pessoas.

                                E o teu rosto ao vento, esvoaçante cabelo,
                                lembra a de uma autêntica esfinge,
                                soletrando palavras em silêncio, mas que
                                eu adivinho serem nossas e apenas nossas.
                                E, em simultâneo, sem que nos vejamos,
                                chamamos então pelo nome, um do outro.

                                Agita-se o mar, cavalos e galgos de ondas!
                                mas a felicidade é toda tua, pois hoje é o
                                teu dia. E, em anoitecendo, eu estarei lá,
                                pegando carinhosamente, em tuas mãos,
                                puxando-te para mim, em abraço firme,
                                buscando o puro mel, de teus lábios salgados.


                              

publicado por SISTER às 10:45

      Nada há de mais bonito e gracioso, que o sorriso de uma criança.
      Nasce uma flor, porque a natureza lhe diz, e, não deslustra.

      Belo de se ver e de contemplar, um velho, ainda cheio de confiança,
      descansando, de anos e anos de labuta, à sua custa.

      Em banco de jardim sentado, ver pais e filhos, lado a lado,
      num compromisso, que só eles bem entendem.

      E ver as criancinhas, brincando na areia, em jogo, jogado,
      com seus companheiros: o brilho de seus olhos, já se acendem.  

      A natureza, que tudo rodeia e que em tudo é generosa,
      possibilita a todos, a sombra necessária, para um bem-estar.

      E até uma ave, de um lado ao outro esvoaçando, alva e rosa,
      é personagem ilustre e primeiríssima, de tudo, que se está a passar.

      Também os pombos fazem aqui seu poiso, buscando que comer.
      Seu caminhar cómico, faz parte de todos nós e lá vão, cá e lá.

      Depois de depenicar, o que apanham no chão, buscam que beber,
      num canto qualquer, onde haja água, ou o que dela restará.

      Estátuas de nossa história, também revestem o jardim,
      entre árvores enormes, baloiços e alguns escorregas.

      Na hora das criancinhas regressarem a casa, o mesmo chinfrim,
      que não. ainda lhes falta a girafa, em escadas, usando as pegas.

      Mas a tarde já regateia, seu ilustre espaço.
      Sombras deram lugar ao sol, que tudo regenera.

      Sim, meus amigos, é chegada a hora, do cansaço,
      voltemos para casa, onde mora a doce criança, que tudo venera.


    

publicado por SISTER às 10:44

      Para te sentires importante, deves senti-lo
      dentro de ti, em tudo que fazes, na verosímil
      correspondência, dos outros, perante o
      gesto, que é teu.

      Sentir-se importante, não tem nada a ver, com
      vaidade e egocentrismo, mas humildade, em
      querer aprender sempre mais, e, saber escutar,
      os conselhos, dos que acumularam superior sabedoria.

      Sentir-se importante é ser-se altruísta, ajudar
      sem olhar a quem nem ficar esperando nada
      em troca.

      Quem assim age, por todos é querido e respeitado,
      sua palavra é escutada avidamente, sem, no
      entanto, haver idolatria.

      Escutai, o que vos digo: todos somos importantes,
      dentro de nossa importância, sem a extrapolar!


   

publicado por SISTER às 10:42

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.


 Existe um tempo para melhorar, para se preparar e planejar; igualmente existe um tempo para partir para a ação.

publicado por SISTER às 10:41

      Entre flores silvestres, papoilas e espinhos,
      lugar abundante, solarengo, de mal cultivo,
      nasceu, do nada, sozinha, entre os vizinhos,
      uma flor-de-lis, que a quem passava, cativo



      deixava, ante a beleza. E, abrindo caminhos,
      fiz desses novos trilhos, meu recente abrigo,
      familiarizando-me com a flor os passarinhos,
      adormecendo satisfeito entre cevada e trigo.



      Não querendo ao abandono, dei tino e rumo,
      ao meu caminho diário, apenas para a visitar,
      enchendo a paisagem, e, da natureza o sumo.



      Confesso que pensei trazê-la, pra meu jardim,
      mas o que há natureza é devido, fica o cismar,
      entre a dúvida do Homem, sonhando-a pra si.




    

publicado por SISTER às 10:37

                  Desço vagarosamente a rua.
                  Ainda trago comigo o beijo,
                  furtado pela manhã, janelas
                  fechadas, ao frio que teimava
                  lá fora, enquanto nos
                  achegávamos mais um ao outro.

                  Sempre solicita, saltaste da cama,
                  dirigiste-te à cozinha e preparaste-nos
                  um belo repasto, para nosso
                  pequeno-almoço.

                  Com uma cara típica de sono, sorrimos
                  um para o outro e pusemos a conversa
                  em dia, incentivando-me, para mais um
                  dia de intensa labuta.

                  Despedimo-nos, com um, até logo, e,
                  nos abraçamos, coração com coração!

                  E agora, que me recordo de nós, do
                  nosso pequeno mas grande momento a dois,
                  assobio para quem queira ouvir, que sou
                  feliz, ansiando o regresso a casa -

                  à nossa bela e tranquila casa, cheia de amor,
                  sem luxos, é certo, mas onde nada falta,
                  principalmente o respeito, um pelo outro.


               

publicado por SISTER às 10:36

                                Somente uma alma caridosa,
                                desprendida e principalmente
                                humilde pode viver assim
                                Que ora de forma tão abrangente
                                Que concede todo seu pedido para todos
                                Que é sensível a dores do mundo
                                Que compreende as faltas
                                Que não julga nem condena
                                Que concede os benefícios da sua bondade
                                independente da situação ou condição sem distinção
                                a todos, a todas seus irmãos em Deus
                                É a essência do verdadeiro Amor
                                Nas suas orações a irradiação da Fé
                                Na confiança do perdão divino
                                Se não na sua mão estendida
                                E a luz do seu coração


                       

publicado por SISTER às 10:34
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      Sequiosos de amores,
      prontos a sugar com devoção,
      enganam e maltratam...
      Em nome do carinho e da paixão.

      Precisam de escravas,
      que os saciem a toda hora.
      Precisam de sangue e alma
      sugam, e depois vão-se embora.

      O vampiro que se preze.
      domina a mente da vítima,
      a tem como semi-morta
      em sua vida ilegítima

      Somente para ter, da criatura o Ser

      Anseiam por sexo, e muito tesão,
      e com voracidade, matam e seduz.
      Não possuem piedade e coração,
      de outrem, sorvem também a luz

      Necessitam do escuro,
      do lodo e negatividade,
      para saciarem sua fome e sede.
      E assim vivem em eternidade.

      Mas... são só vampiros,
      que fogem ao verem a cruz
      Não encaram de verdade,
      a vida em sua totalidade.


     

publicado por SISTER às 10:30
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            Hoje viajei, retrocedi dias... Anos...
            A emoção fez tremer a minha mão
            Voltei... Voltei ao nosso princípio...
            No peito... Saltou meu coração...

            Do nada... Senti-me tão tua, tão nua...
            Tão feliz... Tão criança e dependente...
            Tão presa... E tão liberta das mentiras,
            Que no amor... O desejo é indecente...

            E sobre a relva selamos nossos sonhos,
            Nossos anseios, nossa doce realidade...
            Beijo a beijo... Sem lampejo de pejo...
            Só amor... Entrega... E cumplicidade...

            E ali... Na relva, plantada foi a semente...
            Regada de ternos abraços e mil juras...
            Olhos nos olhos... Sangue em ebulição
            Corpo e alma misturados em pura ternura.

            Assim abraçados... Na mágica junção...
            A lua nos batizou com seu esplendor...
            O céu coalhou de cometas e estrelas...
            Abençoando para sempre o nosso amor!

           

publicado por SISTER às 10:28

      Na minha solene loucura, rasgo folhas,
      de encontro ao peito, reinvento-me a
      toda a hora, e, de novo, pé na estrada,
      componho o irreversível, à luz da vela.

      Prisioneiro de mim mesmo, de mi arte,
      sou um poço de febre, que me trucida,
      corpo e alma, jamais e nunca satisfeito,
      com o que produzo, em toda a entrega.

      Sei-o bem que falta sempre o que dizer,
      em tudo que faça ou intente concretizar,
      como se ficasse algures no meio do nada,
      na inquietude alucinante, de meu quarto.

      Num assomo de infertilidade e inspiração,
      esmurro o cinzeiro vazio, e, eis, deambulo
      feito sonâmbulo, quarto adentro, cerrada
      a mão, com que enceno, a própria morte.

      Porém, a momentos, aceno-me ao longe,
      como que para te cumprimentar e trazer,
      para junto de mim, banhando meu corpo
      nu, em águas, cobertas, de rosas brancas.


    

publicado por SISTER às 10:25

      Mais que uma alegria exposta
      Com nuances de lúcida loucura
      Foi descobrir por ventura
      Que para minhas dúvidas tu és resposta

      Para os meus pecados, perdão
      Para os meus medos, coragem
      Enfim, és a mais doce e terna imagem
      Refletida nas mil faces de uma solidão

      Que em mim tentas atenuar, ao revelar
      A face da tristeza, no tempo da saudade
      A face da alegria, no tempo da felicidade
      A face de todas as faces, no tempo de amar

      De ti, entretanto, com espontaneidade, sem favor
      Como realidade e não como proposta
      Espero a resposta de todas as respostas:
      O amor!


     

publicado por SISTER às 10:18

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