A paixão é uma experiência intensa e geralmente fugaz, enquanto o amor alicerçado em sentimentos elevados em que o sexo é um complemento, exige uma seqüência de reencontros para que o amor entre dois seres que se amam se torne pleno.
Para experenciar uma relação amorosa intensa, duradoura e que propicie condições de crescimento mútuo, uma vida não basta. Uma vida basta para acrescentar qualidade no relacionamento, mas não o suficiente para caracterizar-se como um "grande" amor.
Um grande amor, no seu profundo significado, exige séculos de reencontros entre dois seres que se amam. "Quanto mais velho o vinho, mais apurado o seu paladar", assim é a elevação do amor que exige currículo na escola das sucessivas vidas do espírito.
Às vezes, ocorre desses seres, em novas jornadas terrenas, se separarem para o aprendizado do desapego. Porém, a sintonia entre ambos permanece como uma promessa de futuro reencontro. Na verdade, como poderíamos aprender tudo sobre o amor em uma única existência? A escola da vida exige níveis de aprendizado, sendo o exercício do amor o principal "combustível" dessa caminhada...
Amor não é, absolutamente, apego. Apego é dependência, é posse, é transferência de sentimentos não resolvidos que trazemos do passado recente e remoto. Amor é a expressão máxima do sentimento de liberdade e de permitir ao outro a leveza de evoluir como pessoa e como essência.
Em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec comenta que a afeição que dois seres mantiveram na Terra prossegue no plano espiritual. Mas, se o sentimento se fundamentar apenas em fatores físicos, como a atração sexual, pode desparecer após a morte. Para o amor continuar após a passagem ao plano espiritual é preciso ainda que as almas estejam no mesmo grau de elevação, ou seja, no mesmo ponto de desenvolvimento: se um evoluir e o outro não, eles podem não ter mais a simpatia que os uniu.
A união entre os espíritos existe, então, em graus diferentes, dependendo do grau de desenvolvimento de cada um: quanto mais perfeitos, mais unidos. É preciso, assim, cultivar o amor e não aprisionar a pessoa amada. O amor verdadeiro é aquele que faz feliz, que se entrega sem nada cobrar. E nessa entrega o sexo visto como um fator de comunhão de energias entre dois seres que se elevam é um verdadeiro e saudável complemento.
"A tua vida não termina no túmulo. Com essa consciência aprende para a eternidade, reunindo valores que jamais se consumam. Toda lição que liberta do mal se incorpora à alma, como força de vida indestrutível. Fosse a morte o fim da vida e sem sentido seria o universo. Tudo, porém, conclama o ser à glória eterna, à continuidade do existir, ao progresso incessante. Estuda e trabalha sem cessar, com os olhos postos no teu futuro espiritual, vivendo alegre, hoje, e pleno, sempre".
Divaldo Franco, pelo espírito Joana de Angelis.