Em silêncio,
atrás de um sorriso
que esconde
os verdadeiros sentimentos,
que carrego (in)conformada,
sem direito à apelação,
sou a estrela cadente,
tendo a solidão
como única companheira,
nas noites frias,
de horas vazias!...
Sem entender o porquê?
Se amei sem proporções,
porque tenho que viver assim?...
Onde foi que eu errei?...
Para mim, ficou o nada!...
Foste sem querer saber
o quanto me machucava.
Só, num leito vazio,
vou amargando
a tristeza, a saudade
que sinto de ti...
Condenada, sem escolhas!...
Do Poeta sem inspiração
sou a folha em branco,
sem rima, sem poesia...
Quero gritar,
dizer que os versos estão
no acreditar em si,
mas nem mesmo isso
eu consigo!...
Desmedida é a desilusão,
na medida da dor,
que me consome a alma...
Jardim sem flores,
hoje, sem amanhã!...
Vivendo por viver,
caminhando
rumo ao amanhecer,
sabendo de antemão
que nada vai mudar;
que os dias
serão iguais às noites!...
Que a espera
não terá recompensa...
Foste pra não mais voltar
e eu sofrendo, calo e choro.
Enfim!...
Para uma vida dolorida,
haverá o dia
de encenar-se o último ato;
então,
cerrar-se-ão as cortinas!...
O teatro ficará vazio,
as vozes se calarão!...
De tudo restará, apenas,
o silêncio.
Carmen Ortiz Cristal