Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

12
Mai 08

Manhãs indefinidas,
O Cisne de Tuonela
Vagueia na alma.
O vento está enigmático.

Manhãs sem sol,
Nem definição de vida,
Esparsas lembranças,
Atiçam o burlar deveres.

Manhãs molengas,
Somos todos interioridade,
Lembranças do ignoto
Sem alegria ou tristeza.

Manhãs brumosas
O céu indefinido.
Nenhuma cor predomina
Na alma estapafúrdia.

Manhãs ganhoperdidas
Na falta de vontade
E um torpor com algo de delícia
Pacifica a imposição do poema


Manhãs serenas
Nem preguiça nem ações
Espaço da alma em preparo,
Sem recados, alusões ou deveres.

Manhãs sorrateiras,
O bem e o mal em silêncio.
Uma dor que alivia
O susto de existir.


           ARTUR DA TÁVOLA

publicado por SISTER às 06:35

Não, lá não tem telefone!
A estrada acaba em reta,
a música é de gramofone,
saída pequena e incerta
onde o adeus se aperta
num silêncio de renome.

Há mais janelas que portas.
Do mundo, imprecisa notícia,
assunto vago, não importa...
Há uma bruma propícia,
que encoberta o passado
trazendo idéias tortas
a um tempo pré-datado.

Não há caixa de correio.
Num espelho emoldurado,
futuro partido ao meio.

Um pouco dele é presente,
o resto é pura vigília
de flores de buganvília.
Ali a mentira não agita
aquilo que à carne grita
num resto de terra aderente

Na casa desta charada
onde sorriu-me o sorriso
um anjo de asa quebrada
sem um pingo de juízo,
conduziu-me em travessia
à chegada da saída,
onde o medo se esvazia!

Não sei se é o que esqueço
dentro da minha saudade!
Algo em mim sabe o endereço
da minha perplexidade
Canta a ave do sono, insone,
a brisa sopra reticente,
desculpe! Esqueci meu nome,
mas acho que era Gente.
Elane Tomich

publicado por SISTER às 06:23

Alem do horizonte, incólumes,

Estão desfraldadas as frações do tempo

Que por ti, foram passando, marcando tua face,

Sem que afetasse tua alma, que dos anjos,

Empestou a bondade, a lealdade,

A ternura, que te fizeram grande...

Vistas ao presente, por onde caminhas

 Com passos lentos, já cansados!...

Um parecer de perdas,

Conseqüência das verdades,

De que foram compostas as horas,

Os dias que esgotaram tua juventude,

Roubaram o frescor da imagem,

Que um dia, aos olhos, no vigor dos anos,

Encantou por sua beleza e distinção...

Enganos, o tempo passou, é certo,

Mas não te roubaram a essência, a coragem,

O discernimento de ser mulher vaidosa,

De ser mãe, amorosa, abnegada!...

De ser gente, que é gente, humana...

Aquela que tem uma vida para contar,

Uma história escrita com o esforço

Das próprias mãos,

E, que esse mesmo tempo, fez superior,

Sábia por excelência do conhecimento,

Experiências pela vivência,

Pelo interesse singular da Educadora,

Que guiou meus paços e de tantos outros,

Que ao longo do caminho

Vieram ter contigo, buscando o futuro,

Que para nós era crescer na esperança

E para ti, o dever cumprido, com amor...

Minha mãe, meu orgulho, meu amor,

Que o tempo, independente das marcas,

Fez mais bela, mais amorosa, mais sábia!...

Guerreira!...Exemplo de ser humano...

Deus permita que ainda, por muitos anos

Eu possa te abraçar, te desejar:

Mãezinha, felicidade no teu dia!...

Dia das mães... Maio de 2008,

abençoados por teus 84 anos...

Mamãe, tanto te amo, tanto devo

A ti, que tudo fez por mim, que o tudo

 Ainda será pouco para eu te recompensar...

Ainda assim te peço mais mamãe!...

Fique comigo mais e mais anos

Para eu poder te abraçar e te amar...

 

Deus te conserve e abençoe minha mãe!...

Deus abençoe todas as mães e filhos neste dia...


Carmen Ortiz Cristal

publicado por SISTER às 06:22

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

 

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

 

Carlos Drummond de Andrade


publicado por SISTER às 06:21

 

 

Quando escreves libertas a alma,
      deixas a luz fluir plena em teu corpo.
      Quando escreves retomas a calma,
      revives o sentir que achavas morto.

      Se nos versos teu ser se espalma,
      soltas da garganta teu grito rouco,
      teu espírito assim se acalma,
      não sentes as angústias tampouco.

      Quando escreves, descreves desejos,
      dizes dos teus anseios, esperanças,
      da vontade que tens de doces beijos

      Espraias da tua alma a pujança,
      como anjos a tocar em harpejos,
      a alma livre de uma criança.

      Jorge Linhaça

publicado por SISTER às 06:20

Rasgo o céu, na ponta dos meus dedos.
      liberto o mar aprisionado
      e ao sol em crepúsculo guardado,
      irrigando o deserto do medos.

      A terra ressecada do degredo,
      recebe ao licor abençoado,
      singra, o mar, o navio encalhado,
      nestes versos que agora concebo.

      Não há vida sem água, tenho sede,
      sede dos vinhos da minh'emoção.
      Neste mar me perdi em tua rede,

      qual o peixe pescado n'arrastão.
      Hoje rompo, dos céus, suas paredes,
      viajo pelo mar da ilusão.

       Jorge Linhaça

publicado por SISTER às 06:19

Ainda que nossos pés estejam sangrando,

de tanto pisar em espinhos

e nosso coração chore

a falta de carinhos;

ainda que se olhe longe

e nem se vislumbre resquícios

de alegria em profusão

e o amor ainda se esconde,

atrás de tantos alheios vícios,

trazendo por vezes desilusão;

ainda assim...

 seguimos em frente

por entre pedras e atalhos,

olhando o destino inclemente,

nos deixando em retalhos.

Há que se ter profunda esperança,

que algo possa surgir de repente,

fazendo da ansiedade a temperança,

amainando as dores recentes.

E assim não seremos morte em vida,

mas sim a vida nos sorrirá.

E quando chegar a hora da partida

em nosso livro escrito estará...

Busquei o amor,

encontrei a felicidade,

ainda que bem tarde!


Guida Linhares

publicado por SISTER às 06:18

o que é, de cada ser,  o seu destino?

rota marcada por ente superior

religiosos bradarão...

um determinismo genético infalível

responderão os céticos



eu desconfio

apenas o trilhar, de cada qual,

o seu  próprio caminho

num espaço de tempo disponível

vivendo uma vida que é possível

dotando-a de sonhos e quimeras



desviar por atalhos de tal sorte

que possa ir driblando

o encontro com a morte



e esse ocorre, eu suponho,

não é com o eterno

e derradeiro sono

mas quando o desencanto

o cobre com seu manto,

 determina e o ser afirma:

Não mais sonho!

Gui Oliva

publicado por SISTER às 06:16

Na lembrança vejo a menina,
  que descalça,  na terra corria,
  em seu reino a pequenina,
  como doce princesa vivia!

  Eram tamanhos os sonhos,
  que povoavam a sua mente,
  que os seus olhos risonhos,
  encantavam muita gente!

  E então essa gente trazia,
  pra menina toda prosa,
  brinquedos e fantasia,
  de uma vida cor de rosa!

  Mas o tempo foi escoando,
  e a menina, mulher se tornou
  e dos sonhos relembrando,
  uma lágrima então brotou!

  A lágrima das saudades,
  do seu primeiro grande amor
  que cedo partiu ao Hades,
  chamado pelo grande Senhor!

  Com o pai aprendeu a amar
  a todas as criaturas do céu,
  da terra, da água e do ar,
  do jeito como ele escrevia ao léu,
  nas longo das noites, a meditar.

  Se estivesse ainda vivo, não seria anônimo.
  Seus textos na Net estariam circulando.
  Negroli era o seu pseudônimo.
  Estaria a todos encantando.

  Mas no girar das estações,
  sempre fica uma ferida,
  dos caminhos e ilusões,
  que entrelaçam toda a vida.

  E num átimo de segundo,
  da singela e feliz recordação,
  abro a janela do mundo,
  partilhando a saudosa emoção!

  MagAbreu

publicado por SISTER às 06:15

Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.

 

Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas, enquanto existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no mundo, cooperando para que se dissolva a lama da delinquência na charrua do suor ou na fonte das lágrimas.

 

Podem surgir crianças-problemas e jovens transviados de todos os matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.

 

Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas, enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes, levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos enfermos.

 

Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações populares pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem juízes compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela do bem, onde as vitimas da sombra retornem de novo à luz.

 

Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da guerra, como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem sacerdotes e missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e perdoar, luzirá o templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como autêntica oficina de acrisolamento da alma.

 

É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.

 

Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações acordados ao clarão do amor sem mácula.

 

Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis de renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem de todo nas tenebrosidades do abismo ; esposas renascidas do nevoeiro carnal apóiam companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no tálamo doméstico ; filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio, e arautos de idéias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles que lhes continuam as obras.

 

Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do destino não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.

 

Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem complicados instrumentos de tua dor.

 

A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a lição.

 

E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do sofrimento, ama os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam, porque a Lei conhece o motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e erguer-te-á o ânimo, aqui e além da Terra, para que prossigas no apostolado do amor, em perpetuidade sublime.

 

 

 

Emmanuel

publicado por SISTER às 06:14

"Deixa-me, fonte!" Dizia
              A flor, tonta de terror. 
              E a fonte, sonora e fria,
              Cantava, levando a flor.
             
              
              "Deixa-me, deixa-me, fonte!"
              Dizia a flor a chorar:
              "Eu fui nascida no monte...
              "Não me leves para o mar".
             
              E a fonte, rápida e fria,
              Com um sussurro zombador,
              Por sobre a areia corria,
              Corria levando a flor.

              "Ai, balanços do meu galho,
              "Balanços do berço meu;
              "Ai, claras gotas de orvalho
              "Caídas do azul do céu!...

              Chorava a flor, e gemia,
              Branca, branca de terror,
              E a fonte, sonora e fria
              Rolava levando a flor.

             
              "Adeus, sombra das ramadas,
              "Cantigas do rouxinol;
              "Ai, festa das madrugadas,
              "Doçuras do pôr do sol;
             
              "Carícia das brisas leves
              "Que abrem rasgões de luar...
              "Fonte, fonte, não me leves,
              "Não me leves para o mar!..."

              As correntezas da vida
              E os restos do meu amor
              Resvalam numa descida
              Como a da fonte e da flor...

               Vicente de Carvalho   

publicado por SISTER às 06:13

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.



É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.



É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.



Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

Luís Vaz de Camões


publicado por SISTER às 06:12

 Siento ganas de amar  cuando amanece

            y al atardecer.

            

            Cuando el sol nace y cuando muere la tarde.

            

            Siento gamas de amar a quien más quiero.



            Y obsequiar amor con palabras dulces,



            y aprender amor respetando a todos,



            pues del desprecio nace el odio, la amargura



            y la violencia,



            y yo sólo quiero amor y paz en mis días.


           J. Martín

publicado por SISTER às 06:11

Um desejo doce
de  mim se apodera;
ganhar um real beijo.
Ah! Quem me dera!

Deitada na relva,
estou a sonhar;
Com os ypês coloridos
de um lindo lugar.

E os passarinhos
alegres em farra,
voltam aos seus ninhos
com alegre algazarra.

Queria ser a  princesa
não fugitiva
do teu abraço apertado.
Ser cativa
dos teus beijos molhados,
ao cair da tarde,
debaixo do caramanchão
de alegres primaveras.

Em teus olhos de mel
vejo a ternura
despida.
Toda a candura
envolvida.
A emoção despertada,
numa gostosura
consentida.

Do teu corpo forte,
pressinto o perfume
de viril consorte.
Pleno de lume
de sul a norte
e jamais passarias por mim,
incólume!

Neste doce desejo
que assim desabrochou,
não sinto nenhum pejo
Pois faminta estou
do teu sutil manejo,
que logo me conquistou.

Seja quando for,
como for,
onde for,
que este doce desejo
continue a aquecer
os nossos corações
em festa!

Que seja suave
como a fresca brisa.
Que seja doce
como o mais puro mel.
Que seja eterno,
quanto o tempo amigo.

Que seja alvissareiro,
trazendo para os nossos dias,
o frescor da juventude.

Que não nos faça prisioneiros,
da posse desmedida,
nem do ciúme incontido.

Que nesta envelhescência,
nossos melhores sentimentos,
sejam em sua essência,
do mais puro Amor!

Que a Amizade que nos uniu,
abra as portas sempre
para a Cumplicidade e Felicidade!

E que nossos maiores sonhos,
sejam aqueles
que tragam um doce alento
aos nossos dias.

Bem me Queres?
Eu te Quero!
E neste querer embalo os dias
com um papel salpicado
de estrelas cadentes.

E trazes o laço que prende
meu coração junto ao teu.
Agora não mais sozinha,
viajo junto com você!

Por terras nunca navegadas,
por faróis no meio da madrugada,
por montanhas de açúcar
que adoçam o nosso
maior desejo:
Um doce beijo ao cair da tarde,
na varanda, sem alarde!!!

Guida Linhares

publicado por SISTER às 06:09

Maio 2008
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