Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

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Abr 08

Comecei a tecer uma poesia
sobre esse inusitado dia,
onde a mulher é homenageada
com pompas de rainha.
Todos exaltam sua beleza
não importa seu porte,
faz parte da natureza
ser raiz forte.
Num único espaço de tempo,
no mês de março,
florescem margaridas, jasmins,
voam colibris e borboletas
sobre a musa, a encantada fada
tão decantada em prosa e verso.
E o reverso?
O espelho sem reflexo
das faces maceradas,
do olhar entristecido
com as agressões sofridas?
E as Marias da vida,
que abortaram seu sonho
que choram o pranto do desencanto,
o filho perdido nas drogas
ou levado por uma bala perdida?
E as Anas, cheias de graça,
estupradas num banco da praça
tendo seu corpo rendido
e depois carregando o fruto,
que logo não será bem-vindo
e vagará só, pelas ruas...
E as Amélias? Ah! Essas não resistiram
à tirania e cedo partiram!
O que vou homenagear num só dia?
Deixa-me pensar...
Vou celebrar a vida doada,
em meu ventre bem guardada
do futuro homem, que outra mulher
irá dominar, tolher... humilhar
 meninas, que ao invés de bonecas,
trazem em seus braços finos
o fruto do abuso, do uso!...
...E logo a julgam como uma qualquer.
Ah! Mulher! Portadoras de sonhos,
jardins de emoções e sensibilidade,
vive ainda à margem da sociedade!
Num coração nada risonho,
carrega amargura e a desventura
de ter colocado no mundo
seu próprio senhor.
E na senzala da sua própria casa
é escravizada com todo louvor.
Esquecido que de precisou de uma mulher
para ver a luz do dia, o homem judia,
tripudia, engana, destrói seus castelos
de areia, a acorrenta em solidão!
Sempre em segundo plano,
quando a cena não mais o satisfaz,
encerra a ato, cai o pano
e nada mais é que simples poeira
num  reino sem trono.
Ah! Senhor do Universo!
Que semeia a guerra,
que planta a discórdia,
que mata e maltrata, por mais que tente
esquecer, sempre há de precisar
de uma mulher para sobreviver!
Não precisamos de versos,
gostaríamos de mergulhar
em seu interior profundo e de lá retirar,
inocente, brando e puro
o ser justo e decente
que um dia colocamos no mundo...
Anna Peralva

publicado por SISTER às 06:31

Num dia trinta e um
De um mês de março
Dista duas décadas antes
Uma semente foi jogada em terra fértil
E deu bons frutos

Dadas as alianças
Juras de amor eterno
Passaram se as bodas
E neste dia de bodas
A porcelana emplaca
Numa nova era
Com o mesmo amor
Dois corações arando
Os campos sacros da família
E como jardineiros do éden
Não deixamos que as flores
Se perdessem nos vendavais
Com as bençãos de Deus
Fortalecemos nas desavenças
E quando a tempestade soprava mais forte
Nos agarramos um no outro
Para que perecesse a aliança
E o amor não se quebraria
E não tendo o amor se quebrado
Vivemos e temos a aliança
Selada por Deus
Aquela só a morte
Selada pelo mesmo Deus
Tem o poder de serparar.


publicado por SISTER às 06:30

      Morro a cada dia no ocaso

      e nasço novamente na alvorada,

      buscando eternamente em cada passo,

      o caminho que me guie atá sua alma.



      Um caminho impregnado de ternura,

      com jardins florescidos na ilusão,

      seu espaço embebido de doçura,

      em um peito saturado de paixão

      Qual é a margem que devo seguir ?

      Tão somente Deus ! Podes me conceder,

      logo, no crepúsculo,

      que eu trate de não morrer,

      e a seu lado lograr amanhecer. 
     

Hugo F. M. Otero

publicado por SISTER às 06:29

Vejo esta insana discussão...
poeta ou poetisa? poetisa ou poeta?
ou será poetista?
Poetas, poetisas, poetando...
são todas poetistas...
ou então poesistas...
Já que fazem poesias...
Será que o poeta, poetará...
ou poesará?
Escreve poesias ou poetias?
quem escreve prosa é prosista...
Quem escreve poesia, deveria ser poesista...
Por que poeta? ou poetisa?
Sejamos poesistas,
pois poetando poderemos
passar poesia...poetando...poesando
porém para prosa podemos prosear...
Podem passar, pois poderei passear.
Bem...essa discussão...
tirou-me um pouco a razão...
Para finalizar,
convido todos apenas a poetar...
chega de polemizar...

Marcial Salaverry


publicado por SISTER às 06:28

     Ah! Como me lembro
            nossa primeira noite de amor...
            De puro desejo você me transformou
            com uma das mãos, minha nuca segurou,
            deixando a outra me percorrer
            rompendo em mim um desejo imperioso
            que me fez quase desmaiar com o seu gozo...
            Uma fraqueza lânguida espalhou-se pelo meu ser
            deixando-me vulnerável ao seu prazer
            neste sentimento de renovação
            que preencheu meu corpo e envolveu meu coração...

Penhah Castro

publicado por SISTER às 06:28

Uma sereia encontrou
um livro de Freud no mar.
Ficou sabendo de coisas
que o rei do mar nem sonhava.

Quando a sereia leu Freud
sobre uma estrela do mar,
tirou o pano de prata
que usava para esconder
a sua cauda de peixe.

E o mar então deu uma festa.

E no outro dia a sereia

achou um livro de Marx

dentro de um búzio do mar.

Quando a sereia leu Marx

ficou sabendo de coisas

que o rei do mar nem sonhava

nem a rainha do mar.

Tirou então a coroa

que usava para dizer

que não era igual aos peixinhos.
Quebrou na pedra a coroa.

E houve outra festa no mar.

 Sosígenes Costa

publicado por SISTER às 06:27

tens abril no teu ventre
como uma flor aberta.
vertes de ti o pólen
a substância secreta

da minha liberdade.
suave, a natureza
na alegria apolínea
e uma certa ardileza

plantou-me o belo aroma
em asas de aves raras
que levam leves livres
as madrugadas claras.

no teu ventre de abril
as flores cheiram mais
a vida, a vela, a barco
coração sem arrais.

josé félix

publicado por SISTER às 06:26

Preciso da veemência
que tuas palavras revelam,
da urgência despudorada dos teus versos,
das tuas rimas viscerais e indecentes;
preciso da contundência do teu verbo
a criar imagens em minha mente.

Preciso que me leves ao delírio,
pois no bater de um coração afrontado
eu redescubro a magia que existe em mim.
Preciso habitar tuas entranhas
para que eu possa me sentir
caça abatida entre os dentes.

Preciso sentir tuas presas
cravadas em minha carne quente
e tuas garras a arranhar meu ventre.
Preciso não mais carecer
do silêncio das madrugadas,
preciso adormecer em teus braços
e acordar como se tu fosses a hospedeira,

Preciso sentir o teu hálito,
te sentir por inteira
e em teus lábios sorver a peçonha.
Preciso morrer de paixão,
para depois renascer poesia,
palavras obscenas que brotem de tua mão.

 

NALDO VELHO

publicado por SISTER às 06:25

      Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.

                  Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

                  

                  Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

                  

                  Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

                  

                  Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

                  

                  Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.

                  

                  Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

                  

                  Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

                  

                  Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

                  

                  *

                  

                  Não te desalentes!

                  

                  O mundo é impermanente.

                  

                  O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

                  

                  As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

                  

                  *

                  

                  Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

                  

                  Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

                  

                  Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.

                  

                  Persevera, tranqüilo!

                  

                  Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

                  

                  Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

                  

                  Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

                  

                  *

                  

                  Não lhe guardes rancor.

                  

                  Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.

                  

                  Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar. Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.

                  

                  Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.



                  Franco, Divaldo Pereira

publicado por SISTER às 06:24

 É possível te encontres sob impacto de      aflitiva agitação.

      Pacifica e serve.

      Espera e trabalha.

      Se dificuldades te espantam, eis chegada a hora da fé ativa, requisitando-te mais apoio em favor dos outros.

      Se provações desabaram no caminho, terá soado o instante da paciência.

      Surgiram companheiros incompreensivos ...

      Estarão em erro.

      Viste irmãos desinformados...

      Necessitam eles de esclarecimento na luz da tolerância.

      Despontam acusadores...

      Precisam de assistência fraterna.

      Destacam-se aqueles que envenenam circunstâncias e pessoas, quando a mente se lhes mergulha em desequilíbrio...

      São doentes, aguardando medicação.

      Em toda situação insegura, arrima-te à confiança em Deus, amparando aos que te rodeiam.

      E à frente de todos os que, porventura, te buscam tirar a serenidade, criando problemas e conflitos, matricula-te pela imagem, na tua enfermaria de silêncio e oferece-lhes o sedativo da oração.

      MEIMEI

publicado por SISTER às 06:23

Quando estiveres a ponto de condenar alguém, lembra-te de ti mesmo. Quantas vezes terás ferido, quando te propunhas auxiliar? Muitos daqueles que povoam as penitenciárias, dariam a própria vida para que o tempo recuasse, propiciando-lhes ensejo de se fazerem vítimas ao invés de verdugos... Prefeririam cegueira e mudez no instante de vazarem a acusação ou extrema paralisia na hora da violência. E qual acontece aos irmãos segregados no cárcere, quantas criaturas carregam enfermidade e frustração nas grades mentais do arrependimento tardio? Trajam-se em figurino recente e conservam a bolsa farta, mas, por dentro trazem desencanto e remorso por fogo e cinza no coração. Supõem-se livres, no entanto, jazem presas, intimamente, na cela de angústia em que enjaularam a própria alma, por não haverem calado a frase cruel no momento oportuno... Poderiam ter evitado o desastre moral que lhes dói na lembrança, contudo, por se acomodarem à impaciência, atearam o incêndio que resultou em loucura e destruição. Não sirvas vinagre e fel à mesa da própria vida. Onde surpreendas perturbação e sombra estende o socorro da paz e o benefício da luz. Compadece-te dos ingratos e desertores, quanto te condóis dos que passam sob teus olhos, mutilados e infelizes. Ninguém praticaria o mal se, antes, lhe conhecesse o fruto amargoso. Compreendamos para que sejamos compreendidos. Agora, talvez, poderás censurar os erros dos semelhantes. Amanhã, porém, mendigarás o perdão dos outros pelos teus desatinos. Entrega a aflição de cada dia ao silêncio de cada noite. Lembra-te de que, por maiores tenham sido os desregramentos da Humanidade na Terra, o Céu nunca fez coleções de nuvens para amaldiçoar ou punir, mas sim, cada manhã, acende o brilho solar por mensagem bendita de tolerância e de amor, endereçando aos homens a esperança infatigável de Deus.

MEIMEI

publicado por SISTER às 06:22

Previne-te contra a angústia.

      Esta tristeza molesta, insidiosa, contínua, arrasta-te a estado perturbador.

      Essa insatisfação injustificável, perseverante, penosa, conduz-te a desequilíbrio imprevisível.

      Aquela mágoa que conservas, vitalizada pela revolta sem lógica, impele-te a desajuste insano.

      Isso que te assoma em forma de melancolia, que aceitas, empurra-te a abismo sem fundo.

      Isso que aflora com freqüência, instalando nas tuas paisagens mentais de pressão constante, representa o surgimento de problema grave.

      Aquilo que remóis, propiciando-te dor e mal-estar, impele-te a estados infelizes, que te atormentam.

      A angústia possui gêneses. Várias.

      Procede de erros que se encontram fixados no ser desde a reencarnação anterior, como matriz que aceita motivos verdadeiros ou não, para dominar quem deveria envidar esforços por aplainar e vencer as imposições negativas e as compulsões torpes.

      Realmente, não há motivos que justifiquem os estados de angústia.

      A angústia entorpece os centros mentais do discernimentos e desarticula os mecanismos nervosos, transformando-se em fator positivo de alienações.

      Afeta o psiquismo, o corpo e a vida, enfermando o espírito.

      Rechaça a angústia, pondo sol nas tuas sombras-problemas.

      Não passes recibo aos áulicos da melancolia e dispersa com a prece as mancomunações que produzem angústia.

      Fomenta a paz, que á antídoto da angústia.

      Exercita a mente nos pensamentos otimistas e cultiva a esperança.

      Trabalha com desinteresse, fazendo pelo próximo o que dizes dele não receber.

      A paz é fruto que surge em momento próprio, após a germinação e desenvolvimento do bem no coração.

      Jamais duvides do amor de Deus.

      Fixado no propósito de crescimento espiritual, transfere para depois o que não logres agora, agindo com segurança.

      Toda angústia dilui-se na água corrente da paz.

      Franco, Divaldo Pereira.

publicado por SISTER às 06:21

                               Bendito amor!... - Mil vezes bendito
                                Esse amor que grita e morde nosso peito,
                                Com mil bocas de carícias e desejos...
                                Transforma, nos faz tremer com um beijo!

                                Amor bendito, proibido, encarcerado...
                                Justo e belo encaixe de anatomias,
                                Que transgride leis e ignora o pecado
                                Vestindo-nos de esperanças e fantasias...

                                Transgressor por si só abençoado,
                                Nos sorrisos, na emoção, no perdão...
                                Que mesmo golpeado luta e se faz forte,
                                Ainda que o mundo o pise, jogue no chão...

                                Bendito amor que nos faz cativos,
                                Surdos aos hipócritas do mundo...
                                Doces feras em busca de carinhos
                                Enfrentando vendavais, todos e tudo...

                                Bendito amor! - Mil vezes bendito,
                                Quando estou aninhada em seus braços,
                                Bebendo vida, brilhando em seus olhos,
                                Alisando com meus dedos seus traços...

                                Bendito amor! - Mil vezes bendito
                                Esse amor tão lindo e proibido!...
                                Mari Trujillo

publicado por SISTER às 06:19

O meu amor é lindo,

            Quando dentro de sua grandeza humana,

            Diz humildemente ser pequeno...

            Quando nos desentendemos e

            Não se envergonha de dizer que chorou...

            É lindo quando em toda sua dor,

            Diz que pena!...

            O meu amor é lindo porque quanto

            Maior a sua dor, mais fala do seu amor!

            E repete e diz que sou sua vida, seu futuro..

            Seu caminho,

            Seu único e verdadeiro amor!...

            O meu amor é lindo,

            Quando fala aos meus ouvidos o quanto me ama

            E o quanto sou importante em sua vida!

            O meu amor é lindo e sequer

            Percebe a beleza que tem

            Quando diz que já não pode viver sem mim...

            E fala do futuro como fato consumado...

            Quando diz que a saudade é insuportável ,

            Que sou seu oxigênio e que sem mim não respira!...

            Ah...se o meu amor soubesse como ele é lindo!...

            E quanto o amo!...

            Mary Trujillo

publicado por SISTER às 06:19

Por mais que eu a recrimine
ela insiste em desnudar-se
nas vielas escuras ou becos mal feitos
nas largas avenidas apinhadas de gente
em qualquer lugar, decente ou indecente...

Sob olhares de censura, de mágoa
ou sob efusivos aplausos, não importa
ela finge-se de morta
mostra-se escandalosamente nua
não é minha culpa, nem sua...

Deus sabe o quanto a reprimo
quanto me empenho em lhe mostrar
o valor do recato, dissabores poupar
mas apenas um minuto de descuido
é mais que suficiente, cai o pano...

E ficamos nós duas, expostas na rua
eu e a minha alma nua
completamente nua...

Tere Penhabe

publicado por SISTER às 06:18

Abril 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

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