Cantam todos os pássaros em fiel harmonia,
Seguindo sons de flautas e coro de Anjos
Sobrepondo as Preces
Que agora permanecem na mais pura sintonia
Com o Divino que hora Paz nos traz!
Nanci Laurino
Cantam todos os pássaros em fiel harmonia,
Seguindo sons de flautas e coro de Anjos
Sobrepondo as Preces
Que agora permanecem na mais pura sintonia
Com o Divino que hora Paz nos traz!
Nanci Laurino
Na janela do nosso canto
Ouvimos o chilreio de encanto
Do mais lindo passarinho amarelo
Que nos acorda em todas as manhãs!
Yara Nazaré
No ninho do passarinho que canta
Os brancos ovinhos encantam...
Deles, outros passarinhos...
Lilia Machado
Na pausa da música que ouvimos,
quando estamos juntos,
surge um beijo diferente,
aquele beijo que quebra o silêncio
irreverente
nos tornamos reféns perenes
da música e da pausa
para sempre...
às vezes somos tão passarinhos
que também eles
fazem pausa pra beijar
Maria Luiza Bonini
Pousei meus versos
nas pautas do teu canto...
num canto, à parte, o canto do passarinho...
Lilia Machado
Pequena ave machucada,
enregelada, buscou abrigo
em apagado forno a lenha,
ainda quente.
A ternura das amigas
se reveza em versos,
soprando a brasa da prece,
para que a ave se mantenha
aquecida!
Eme Paiva
Chega a noite...cavalgas teus sonhos,
qual amazona, em busca da paz.
Num bravo corcel chamado esperança,
transpões os muros da fantasia,
tornas-te num segundo criança.
Derramas em cantos as dores sentidas,
clamas à lua , às estrelas, ao vento,
pedindo forças, na jornada tua,
dando vazão aos teus sentimentos.
Cavalga , poeta, nas tuas fantasias,
derrama os medos sobre o papel,
entre as quimeras de tua utopia,
adoça a alma...coberta de fel.
Sente a brisa tocar o teu rosto,
quando chega enfim a madrugada,
sente das musas originais o recosto,
cavalga , poeta, não penses mais nada,
porque o sonhar não paga imposto,
nem o cobra, a alma, poetisada.
E se te acomete agora a nostalgia,
se pensas no que foi, é ou será,
em breve virá a luz de um novo dia,
inundar-te a alma no teu poetar.
Cai a noite...cavalgar...cavalgar...
Jorge Linhaça
Hoje estou feliz mas não sei porque estou feliz.
Há algo dentro de mim não sei que assim o diz.
E cada dia para mim é uma novidade a estrear.
Porque acima de tudo e de todos voltei a amar.
E aquela vida de desgraça que à vida contradiz,
não mais fez ninho depauperado, atroz, infeliz.
Por isso reconheço hoje, muitos devo nomear,
por tudo que fizeram por mim para me ajudar.
Carrego comigo nos braços a morte de amigos.
Desfalecendo, coitados, à sua muito triste sina.
Embora enfrentassem de frente os vis perigos.
Este poema, é dedicado a todos eles, à amada.
Os primeiros, por não fugirem à vida assassina.
À desejada, por entender, mi vida, desfolhada.
Jorge Humberto
Ah... O amor, tão forte, tão frágil...
Capaz de brigar com o mundo...
De lutar contra todos... Contra tudo!...
Mas tão frágil como uma plantinha,
Que precisa ser regada...
Acariciada todos os dias...
Cristal tão transparente, tão delicado!...
Que uma palavra, um gesto...
Pode enterrar todo um passado...
Há que se fazer dele prioridade.
Recebê-lo como um prêmio.
E amar muito!... Para então...
Ser amado...
Mary Trujillo
No.
Porque tus errores me tienen cansado,
porque en nuestras vidas ya todo ha pasado,
porque no me has dado ni un poco de ti.
Não
Porque teus erros tem me cansado,
porque em nossas vidas já tudo é passado
porque não me foi dado nem um pouco de ti.
No.
Porque con tus besos no encuentro dulzura,
porque tus reproches me dan amargura,
porque no sentimos lo mismo que ayer.
Não.
Porque em teus beijos nao encontro doçura,
porque tuas censuras me dão amargura.
porque não sentimos o mesmo de antes.
No.
Porque ya no extraño como antes tu ausencia,
porque ya disfruto aún sin tu presencia,
ya no tiene esencia el amor de ayer.
Não.
Porque já não estranho como antes tua ausencia,
porque já não desfruto mais tua presença,
já não tem essencia como amor ontem
No, No.
Aunque me juraras que mucho has cambiado,
para mi lo nuestro ya está terminado,
no me pidas nunca que vuelva jamás.
Não, não.
Ainda que me jurasse que muito está mudado
para mim nosso amor já está terminado
não me peças nunca que volte jamais...
No... No...
No.
Não... Não...
Não.
Los ama Eileen
Armando Manzanero
Farias um poema para mim?
Desses bem pequeninos,
com belas frases
e carinhos incrustados
com mil beijinhos selados?
Farias um poema simplezinho,
deste tamanhinho assim?
Pode vir com borboletas esvoaçantes,
um pouco de água corrente,
um tiquinho de brisa da manhã
e, é claro, o teu amor sem fim.
Se não for te pedir muito,
põe também
um tantinho do teu riso cristalino
e da tua voz de algodão.
Ah,
e acrescenta
uma pitadinha
do doce do teu beijo
para meu desejo acalmar...
E para finalizar os versos,
escreve o teu nome
bem desenhadinho
e me manda tudo embrulhadinho
dentro da mais linda paixão.
Estarei bem aqui,
neste mesmo lugar,
nesta mesma hora,
esperando o teu amor
com o meu coração na mão.
Manoel A. Moreira
Talvez um dia
Por descuido ou fantasia
Helena, Helena, Helena
Nos meus braços debruçou
Foi por encanto, ou desencanto
Ou até mesmo por meu canto
Por meu pranto
Ou foi por sexo
Ou viu em mim o seu reflexo
Ou quem sabe uma aventura
Até mesmo uma procura
Pra encontrar um grande amor
Mas hoje eu sei que um dia
Por faltar telefonema
Helena, Helena, Helena
Nos meus braços pernoitou
Foi por acaso, por um caso
Ou até mesmo por costume
Pra sentir o meu perfume
Dar amor por um programa
Dar seu corpo num programa
Hoje vai e nem me chama
Um adeus é o que deixou
Talvez um dia, por esperança
Ou ser criança
Deixei Helena, Helena
Com seus braços me guiar
Fui sem destino, tão menino
E hoje eu vejo o desatino
Estou perdido numa estrada
Peço ajuda a quem passa
Tanto amor pra dar de graça
Todo mundo acha graça
Deste fim que me levou
Maria Helena
E seus homens de renome
Entre eles fez seu nome
E entre eles se elevou
Foi sem amor, foi sem pudor
Mas hoje entendo o jeito desses
Pra salvar seus interesses
Dar seu corpo custa nada
E com o ar de apaixonada
Em suas rodas elevadas
Seu destino assegurou
Talvez um dia
Por desejo de poesia
Helena, Helena, Helena
Talvez queira dar a mão
Talvez tão tarde, até em vão
Quem sabe eu tenha um rumo à vista
Ou quem sabe eu nem exista
Ofereço este meu canto a qualquer preço
A qualquer pranto
Não quero amor, não se discute
Eu procuro quem me escute
Helena, Helena, Helena
Quem sabe eu tenha um rumo à vista
Ou quem sabe eu nem exista
Ofereço este meu canto a qualquer preço
A qualquer pranto
Não quero amor, não se discute
Eu procuro quem me escute
Alberto Land
Este causo qui eu ouvi
eu preciso di contá
muito dele eu já ri
(a barriga doeu sim)
Ocê podi acreditá!
Uma miga minha chamô
mó di as coisa consertá
um tar de um ecanadô..
Logo qui ele chegou
ela cumeçou a falá :
" Minha pia tá escorrendo,
oiá só quanta umidade,
o seu grifo eu já to vêno
u serviço num é pequeno
portanto fique a vontade"
"A mangueira qui eu usava
nu fugão já tá vencida..
a sua é nova a danada,
acoxa logo a malvada
mó di saí a cumida "
" Minha máquina di lavá,
precisa duma tornêra
tá há um tempo sem trabaiá
tô cum medo di inferrujá
i eu ficá di bobeira"
"Sua tornêra eu to vêno:
é bem grande e lustrosa,
tá inté me parecenu
qui ocê já tava sabenu,
que ando muito ansiosa"
"Intão chega di conversa,
quero vê você trabaiá,
si u seu serviço me presta,
i ocê num tivé muita pressa,
eu peço procê vortá"
Jorge Linhaça
Peregrinei entre povos e deparei-me com a guerra,
procurei o sorriso das crianças e encontrei a fome,
busquei as famílias e encontrei desavenças,
procurei o amor
e me foi dito que ali só residia agora o prazer,
procurei os oceanos e os encontrei manchados pela poluição desenfreada,
procurei os campos e no lugar de lavouras; encontrei arranha céus,
procurei as estrelas e vi as nuvens negras impedindo-as de serem vistas,
procurei as fontes límpidas
e as encontrei sendo guardadas por exércitos como grandes tesouros,
procurei a fé e encontrei os templos vazios,
procurei meus amigos e eles não tinham mais tempo
para mim,
procurei os pássaros e só encontrei as aves de rapina,
procurei as flores e só encontrei as artificiais,
procurei os bosques
e deparei-me com figueiras secas...
Olhei para tudo e, pude então perceber,
que chegará o dia da extrema unção do mundo...
Estava eu no futuro criado pelos homens
que não vislumbraram o amor!
Paulo Nunes Junior
Saudade de algo bonito... Tão especial...
Mas minhas mãos não podem alcançar...
São como planetas, estrelas longínquas.
Astros, zéfiros que povoam o meu sonhar...
Saudade que bate e flagela meu corpo,
Murmura ocamente em meu coração.
É como um dique vazando furioso...
Arrancando as flores num arrastão!...
Saudade que aniquila sem piedade,
Sem uma esperança... Sem uma luz...
Saudade tirana a ceifar esperanças.
Ter saudade é carregar pesada cruz!
Saudade que nada traz ou leva...
Apenas conta histórias tão lindas...
De tantas chegadas e partidas...
De coisas tão formosas vividas!
Saudade que grita... Geme em mim...
Canta mil canções... Traz perfumes...
Desvenda segredos, conta verdades.
Tantas ausências apagam-me o lume!
Saudade, saudade profunda...
Como marca toda uma vida!...
Para ela... Não existe volta...
Só a lágrima descendo doída!
Mary Trujillo