O Pessach é a principal festa judaica e é comemorado por sete dias.
Relembram a libertação dos hebreus, depois de um longo período de cativeiro
no Egito, há mais de 34 séculos, conforme está escrito em Ex 12.1-28; Lv
23.5-8, Nm 9.1-14.
Assim, o sentido da cerimônia é o de louvar a libertação. É o "sacrifício de
Pêssach a Deus, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito
quando Ele golpeou os egípcios e poupou nossas moradas." Pois foi só
depois da morte de todos os primogênitos do Egito (até mesmo dos animais)
que o Faraó permitiu que os hebreus partissem. Mas na casa dos hebreus as
crianças foram poupadas, o anjo "passou por cima".
A ceia desta festa consta de pão ázimo (sem fermento, na pressa de deixar o
Egito, os hebreus não podiam esperar que o pão fermentasse) foi repartido. É
tradição também comer ovos, símbolo da vida eterna; raiz forte e folhas
amargas, representando as amarguras da escravidão; um purê de maçãs ou
tâmaras, que lembram a argamassa que os escravos usavam nas construções das
pirâmides do Egito.
A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo, conforme Lc
24.1; At 20.7; 1Co 16.2 e Ap 1.10. É a memória do sacrifício de Jesus na
cruz, a nova vítima pascal segundo 1Cor 5.6-8; 11.26, e de sua vitória sobre
a morte pela ressurreição.
Surgiu no início do segundo século em Roma quando o cristianismo gentílico
desprendeu-se das tradições judaicas, em um processo lento e conflituoso
discutido no sínodo de Nicéia (325 d.C.). A data cristã foi fixada como
sendo "o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no
equinócio da primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.
A páscoa cristã é festejada no início da primavera no norte da Europa, mesma
época das festas que homenageavam Ostera (Eostre ou Esther - em inglês,
Easter quer dizer Páscoa) que comemora a fertilidade, um tradicional e
antigo festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio
da primavera.
Ostera, a Deusa da Primavera, segura um ovo (símbolo da chegada de uma nova
vida) em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando
alegremente em redor de seus pés nus.
A páscoa para os cristãos é a festa da esperança na vida eterna. Temos os
símbolos cristãos que evocam um novo desabrochar da vida, uma passagem da
morte para a vida, através da ressurreição. Os ovos da páscoa que
representam o sepulcro que liberta a nova vida. A bênção do fogo novo, as
velas ou círio, simbolizam Cristo ressuscitado, o pão é enfeitado porque é
alimento que sustenta a vida. O significado profundo é que Ele ressurgiu
três dias após sua morte, todos ressurgirão para a vida eterna.
A Páscoa para os Judeus é vida e liberdade; para os cristãos é vida e
ressurreição.
Em ambas existem símbolos comuns: o cordeiro sem ossos quebrados e seu
sangue, marcando o povo para uma nova realidade de mudanças e libertação em
meio a toda opressão. Cristo é o cordeiro imolado que salva a humanidade com
seu sangue onde nenhum dos seus ossos foi quebrado.
A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de
luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da
cristandade.
Meditando nisso, me pergunto: que limpeza profunda necessito fazer em minha
casa (meu corpo, meu templo sagrado: físico, mental, emocional e
energético)?
Que lixo devo queimar? O que deve ser deixado pra trás? O que será
sacrificado?(A cabala ensina que o fermento representa as imperfeições
morais e as tendências negativas do homem. Da mesma forma que a massa
fermentada enche-se de ar e cresce, assim também é o homem que se enche de
vaidade, vazios).
Ostera chega repleta de vida (ovo) e prosperidade (coelho) após o inverno
tempo de trevas e escuridão.
Moisés leva o povo através do Mar vermelho depois de anos de exílio e
escravidão.
E por fim, Cristo ressuscita dos mortos depois de flagelação e morte.
O renascer, a vitória da morte sobre a vida, a libertação acontecem após um
período de provações e aprendizado.
Aproveite a páscoa para renovar-se, libertar-se e vencer através de uma nova
vida deixando morrer tudo que não é mais necessário.
Feliz Páscoa! (Agora repleto de significado)
Com carinho
Dra. Sandra Regina