Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

22
Mar 08

Tortura chinesa
 
A China tira o couro
dos indefesos animais
do alienado povo
da frágil democracia
do fraco Tibet.
E o mundo aplaude a China
porque é grande
e está ficando literalmente
podre de rica
dia após dia.
Uma grande porcaria.

Ulisses Tavares

publicado por SISTER às 08:07

     Saindo das cenas bucólicas que entreter
      serve a quem, mais nada lhe apoquenta
      passemos pra aqueles que só sobreviver
      podem, sejam restos do chão ou polenta

      Pergunto-me como há pessoas que viver
      nada lhes estorva esta gente, pardacenta
      e passam por elas, com cínico e vil prazer
      como se fossem alguma coisa ali nojenta

      Eis, digam-me, como posso, com a poesia
      olvidar, o que se passa no nosso dia-a-dia
      brincando de rimas e de versos a entreter

      Me martirizo, por não ter as forças aliadas
      à minha poesia, aos meus versos, palavras
      que esconjuro e o gesto fingindo escrever

      Jorge Humberto

publicado por SISTER às 08:07

      Encontrei o Coelho, de olhos vermelhos,
      não havia colírio que lhe desse jeito,
      trabalhava noite e dia o pobre sujeito,
      fazendo ovos de páscoa pra vendê-los.

      Perguntei ao Coelho, sobre a páscoa,
      e ele me disse que era só trabalhar,
      senti na sua voz uma certa mágoa,
      mas o segredo não soube me explicar.

      Encontrei a criança, ansiosa,
      esperando pelos ovos de chocolate,
      os olhos brilhavam na ânsia gulosa,
      de que o domingo logo chegasse.

      Perguntei à ela, da páscoa, o segredo,
      ela me disse que precisava procurar:
      Tinha de acordar, no domingo, bem cedo
      para os ovos de páscoa  ir  encontrar.


      Encontrei o comerciante,  preocupado,
      contando os ovos, repondo o estoque,
      o movimento já havia quase  dobrado,
      perguntei da páscoa, qual  seu enfoque...

      Respondeu-me que era data importante,
      época em que aumentava o movimento,
      gente entrava e sai à todo o instante,
      e que precisava aproveitar o momento.

      Encontrei o mendigo, dormindo na rua,
      não sabia se devia lhe perguntar ou não,
      como era a páscoa na situação sua
      se existia na páscoa alguma razão.

      Respondeu-me que era só mais um dia,
      que achava tudo isso um disparate,
      mas que às vezes tinha a doce alegria,
      de ganhar uns pedaços de chocolate.

      Encontrei um rabino, defronte ao jardim,
      perguntei se podia  a páscoa explicar,
      por detrás dos óculos, falou-me assim,
      é a data do meu povo comemorar...

      Depois de anos de cativeiro e servidão,
      mandou-nos Deus, Moisés,o libertador,
      para libertar do Egito a nossa nação,
      por isso louvamos à Deus com fervor.

      Encontrei um homem, mais adiante,
      olhos alegres, de calma expressão,
      perguntei-lhe o segredo, falou triunfante,
      - A páscoa, meu caro, é a ressurreição.

      O Filho de Deus, ao mundo enviado,
      crucificado foi numa pesada cruz,
      para pagar pelos nossos pecados,
      o nome dele, bem sabes, é Jesus.

      Por três dias ficou Ele sepultado,
      desceu ao inferno, à morte venceu,
      saiu da sepultura ressuscitado,
      e a esperança eterna nos concedeu...

      A páscoa é pois uma data divina,
      um dia de buscarmos a renovação,
      é isso que a páscoa nos ensina:
      Encontrarmos a nossa ressurreição.

      Partilho pois com vocês o segredo,
      que depois de tanta busca encontrei,
      deixemos de lado os ovos, e, sem medo,
      Louvemos a Cristo, Senhor e Rei
    
      Jorge Linhaça

publicado por SISTER às 08:07

o papel esta aberto como um mapa
a mão inquieta acaricia uma trincheira
o ar cheira diferente fumaça
pó sobre pó
o vento sopra por sobre a barricada
sinos de madeira lamentam
rastejando a chuva se aproxima
a rua , uma prece silenciosa

os versos , meus explosivos
poema, bomba relógio
rimas explodem
salvas intercaladas
palavras estrondam
artilharia pesada ribomba
não existe maior prazer
que simplesmente viver

armas atiram
balas assobiam
ilusões sangram
sonhos acabam
voluntários se alistam
nunca se deve escolher
entre matar e morrer
sobreviver tem finalidade

quando jovem , se aceita a violência
mal que não se evita
pesa nos ossos a inexperiência
passo a passo
cada dia um campo minado
o sangue se espalha na calçada
paredes esburacadas pela selvageria
a guera toma de conta

o tempo sacode a poeira
idosos abraçam a covardia
com galharda sabedoria
generais nunca morrem
se aposentam
a brutalidade dos gatilhos
caminha pelo mundo
apoiada pelas sementes do preconceito

sirenes,clarins,tambores
pontos,vírgulas,exclamações
disparos a esmo
em alguma janela daquele casarão
se esconde um atirador
em algum ponto de onibus
se encontra um mártir
a boca treme...

carlos assis

publicado por SISTER às 08:07

o atirador de facas

era para ser logo
mas o pensar
esticou o verso
deitou a inspiração
numa namoradeira

nasci para ser
o que sou
um pedaço do ontem
você nem procurou
saber

a palavra estagnou
agua parada
pedra na mão
ruminando o ar
peso sobre a superficie calma

um arrepio
uma estacada
som surdo
pancada
a lâmina afiada

carlos assis

publicado por SISTER às 08:07

Só o futuro
  Ao tempo vence
  Porque está
  Aonde o tempo
  Não alcança
  Quanto mais
  O tempo passa
  Mais distante
  Ele se encontra
  O presente
  Não se compara
  Ao futuro
  Que virá
  Porque no fim
  Só o futuro existirá
  ABittar

publicado por SISTER às 08:07

Da saudade
  Observando-me
  Não sei bem
  De onde vem
  Mas sinto
  Ele em mim
  Espera talvez
  A hora certa
  A oportunidade
  De se chegar
  De invadir
  De se apossar
  De um cantinho
  Em meu peito
  Mas desta vez
  Não vou deixar
  Não vou permitir
  Sua estada
  Não saudade
  Procure outro
  Lugar pra morar
  Eu prefiro
  Ficar só
  Só
  Mas sem
  Saudade
  ABittar

publicado por SISTER às 08:07

A Sexta-feira da Paixão é uma data cósmica. Nos éteres planetários existe uma gigantesca cruz de luz branca, de cujo centro brota e aos poucos desabrocha um imenso botão de rosa lilás, a cada Sexta-feira Santa

Ao meio dia, essa rosa alcança o ápice do desabrochar e, de seu interior, emana o néctar da Misericórdia e Compaixão. Seu doce perfume envolve todo planeta e cada criatura. Essa doce radiação, que vem das profundezas do Coração do Cristo Crucificado, tudo abençoa, redime e transforma

Da mesma forma que há dois mil anos o Cristo foi traído, criticado, hostilizado, julgado e condenado, continuamos a cometer atrocidades semelhantes contra o nosso Cristo Interior e contra o Cristo em nossos semelhantes

A crucificação do Cristo Interior acontece sempre que confiamos no mundo exterior, ou seja, no dinheiro, remédios, oráculos e toda sorte de absurdos. Acontece quando nos esquecemos do poder total e único do nosso Cristo Interior

Ao deixarmos de confiar na vida, a centelha Crística que nos habita, acreditamos que: "eu não sou, eu não tenho, eu não posso, eu estou doente etc", assim retirando o poder da Divindade que somos, que é saúde plena e a fonte de toda sabedoria, riqueza e abundância, que é Senhor do nosso mundo, nosso mestre interior, o nosso guia

Cada pensamento de separatividade, de desamor, cada palavra de crítica ou julgamento é um espinho que fincamos na cabeça do Cristo em nossos semelhantes. Cada pensamento ou palavra de desconfiança ou condenação que emitimos contra alguém é mais um prego crucificando o Cristo naquela pessoa

Quando o homem põe fogo na terra, queimando e devastando árvores e seres vivos indefesos, a pródiga Mãe Natureza envolve todos esses erros com seu manto de misericórdia e, generosamente, manda a chuva que apaga o fogo. E faz brotar, da devastação, flores belas e perfumadas

Semelhantemente, dos éteres planetários onde permanece a cruz, do centro do coração crucificado, Deus-Mãe faz brotar essa rosa lilás que desabrocha em misericórdia e regeneração para toda a humanidade

Conectando-se com este Centro de Transmutação, cada um de nós pode voltar-se para o Cristo Interior e, com a ação balsamizante do perfume da rosa lilás, retirar os espinhos e pregos, e regenerar o Cristo em nós e em cada pessoa, devolvendo-lhe todo o amor, poder, confiança e devoção.

Então, no Domingo de Páscoa, todos podemos desfrutar da Chama da Ascensão, entrando na plena consciência de "Eu Sou a Ressurreição e a Vida".

Tenham todos dias de muita paz!

Lucia Helena dos Santos


publicado por SISTER às 08:07

Conheci um dia um sujeito
      que se dizia um franciscano
      muitos o achavam perfeito
      e ai residia seu engano.

      Era um tal de musas eleitas,
      a cada verso proclamado,
      medir mãos e pés nas saletas
      com o dileto ser premiado

      Mas pasmem os senhores
      e me digam se tenho razão...
      Quem faz voto de pobreza,
      vida frugal e parca mesa
      das vaidades abre mão...

      Como pode um franciscano,
      assim auto-denominado,
      pedir do mais caro pano,
      ser com calças presenteado?

      Dizi-me lá ( se puder) onde anda,
      portanto, a sua galardia...
      quem se esconde à sotana
      só transpira hipocrisia.

      Mas já não espero nada,
      desse sujeito, quem diria...
      Ao ver a máscara arrancada
      esconde-se na covardia!

      São essas coisas, eu digo,
      que me fazem amar o Bocage,
      não fugia dos seus perigos
      e nem lhe faltava a coragem.

      O pobre Augusto dos Anjos,
      há de virar-se na sepultura,
      ao saber de tal escandalo
      do pupilo sem compustura!

      Se ,as calças, calças, franciscano,
      pedidas às musas entusiamadas
      diga-me lá d'onde veio o pano
      da tua batina já tão desbotada.


 Jorge Linhaça

publicado por SISTER às 08:07

Três safiras... três rojões...

Trinta e três estouros de canhões!!!

Três Serafinas... três pagãos...

Três sequências de apagões

Três margaridinhas, três Marias...!

Três barras de parafina.

Três trovões...

Três rainhas...

Três irmãos...

Três por onze, ex_clamações.

 

Rosangela_Aliberti

publicado por SISTER às 08:07


No meu silêncio há uma pedra

Travesseiro para convalescença

Não uma sepultura

 

No meu silêncio não há término

Ou mesmo indiferença

Há resguardo

 

Nesse meu silêncio aparentemente mortal

O zelo é fatal

Porque há uma "pedra no meio do caminho"

 
Regina Romeiro

publicado por SISTER às 08:07

saberei no momento da sementeira
até onde pode ir a força real
da palavra arremessada
para o centro do poema

não se dispensa a água nem o amor
com que os dedos acarinham a terra
e seguem o seu curso até ao mar

nem há vontade de virar as costas
aos penhascos que lançam as vozes
para a profundeza dos abismos

os homens chegam a solo firme e cantam
na linha do horizonte em que viajaram
na sede de toda uma vida sem respostas

não havia perguntas dizem alguns ao luar
imaginando fogueiras e florestas junto aos riachos
desmemoriados do passado e do futuro

depois recordamos como as eiras precisam do sal
com que se abençoa cada gota de suor
guardado num verso ainda por escrever

e lá seguimos viagem com a luz do coração
às vezes despedaçado pelas distâncias
em busca da casa guardada na lembrança
de outro dia dentro de nós a escurecer

JOSÉ ANTÓNIO GONÇALVES

publicado por SISTER às 08:07

Já ouvi poesia escrita por menina

que parece um Sonho,

no meio de gente Grande

que ainda... não sabe como tecer

e pensa que colhe bem...

 

As letras tinham perfume

de flor de laranjeira

que exalam do pé no ponto certo

formando laçadas amarelas no miolo

daquelas que enfeitam os enxovais

brancos de linho dos tempos das avós...

 

Já ouvi poesia escrita por menina

com gosto de sonho de valsa

viva  percepção de um ballet

às dezoito horas numa tarde de outono.

 

Rosangela_Aliberti

publicado por SISTER às 08:07

Ajuda-me Senhor!
Tira de mim o peso desta imensa dor
Carrega pra longe essa mágoa
Da vida comigo não ter sido
Um imenso jardim florido
E ensina-me a aceitar
Esse campo de batalha
Por onde eu estou sempre a lutar

Ajuda-me Senhor!
A compreender tanta dificuldade
A enfrentá-las com dignidade
Ajuda-me a ter coragem
Muita resignação
A sobreviver a tanta aflição

Ajuda-me Senhor!
A atravessar meus caminhos
Que estão cobertos de espinhos
Sempre com muito carinho
Sem temor
Seja qual for
O tamanho da minha dor

Ajuda-me Senhor!
A erguer o meu olhar em sua direção
Sempre que o meu coração
Quiser meus olhos roubar
E obrigá-los para baixo olhar

Ajuda-me Senhor!
A manter meu corpo saudável
Minha mente equilibrada
Minha alma aconchegada
Minha vida organizada

Ajuda-me Senhor!
A caminhar ao lado da razão
Sem nunca esquecer da emoção
A aceitar toda e qualquer desilusão
A perdoar quem me trai
A amar quem me quer bem
A conviver, até mesmo, com o que não me convém

Ajuda-me Senhor!
A esquecer o que passou
A seguir em frente
A encontrar quem me oriente
A pisar em terra firme
A viver o presente

Ajuda-me Senhor!
A buscar dentro de mim mesma
A solução para as minhas dificuldades
E clareia a minha realidade
Com sua luz divina
Que a todos ilumina

Ajuda-me Senhor!
A sua maneira...
E me perdoe se pedi demais
Porém, não vou voltar atrás
Porque só a Você posso implorar
Sabendo que nada irá me cobrar

Ajuda-me Senhor!
E perdoa-me se pedi a minha maneira
Sem ser numa igreja
Ajoelhada
Compenetrada
Orando o Pai Nosso e fazendo o sinal da cruz...
Mas me ensinaram que em qualquer lugar
Eu encontraria Jesus!

Silvana Duboc

publicado por SISTER às 08:07

Março 2008
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Seg
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Qua
Qui
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