Quando já me preparava para fechar as cortinas da vida,
por não acreditar mais que poderia ser feliz,
achar que o amor me dera as costas,
Sento-me frente ao mar...
Em lágrimas, preparo minha despedida...
Eis, que surge você!
Com teu olhar penetrante,
E dentro de meu íntimo rasga-me o peito,
Toma posse de minhas veias, em um só gesto;
leva-me a espécie de êxtase jamais sentido...
Contigo percorro o mundo...
Corpos entregues nestes prazeres intensos
aonde o tempo pára
e, se entrega as nossas paixões...
Nossos dias, novas experiências repletas de carinho,
Com um fogo nas veias que nada é capaz de apagar,
Este fogo que agora toma conta de meu ser...
Entrego-me a ti, faço de teu corpo refúgio de todo o meu prazer,
escolho-te para amar, amada para sempre mesmo após a morte...
Em nossos momentos mágicos,
marcamos nossa história em cada entrega
que nunca cansávamos de fazer um ao outro...
Contigo aprecio o algodão-doce de nosso ninho de amor
(como chamas a cada canto que fazemos amor),
e nesta algodão doce maluco, cheio de sabor e vida,
vamos, um ao outro, entregando-nos em nossos desejos...
Sem pudores, agora libertos estamos do mundo...
Vivemos em carícias intermináveis
repletas de cor e doçura...
Como o algodão doce feito desta teia chamada paixão...
Com a mistura do açúcar que é certamente nosso amor...
Quero, enfim, contigo saborear todas as formas de amor existente...
E, quando acabar vamos criando,
Nossa fonte é inesgotável,
Somos tais quais o universo...
Somos ômega e alfa, Vento e a brisa...
O pecado e a inocência, somos o mundo!
Somos dois a conhecer o amor...
Paulo Nunes Junior
publicado por SISTER às 06:48
Colheita de versos, esparramados, dispersos.
Ordená-los sem pressa, de preferência num livro,
que é o melhor abrigo pros açodamentos do tempo,
pois é lá que existe o remédio, a cura pro tédio,
e a magia que propicia ao solitário a viagem
por terras, amores, países estranhos,
esquinas, romances, por colos, donzelas,
por portas, janelas, todas elas sem trancas,
sem trincos ou tramelas.
Colheita de versos, paridos nostálgicos,
profanos, bastardos, controversas escolhas
que embora ainda doam, mostram sentimento,
revelam as vivências que o poeta decidiu para si.
Colheitas de versos, rimados ou não,
metrificados, às vezes, não importam as regras,
o que me importa a erudição?
Algemas que impedem que o dito seja dito
sem nenhum constrangimento,
pois é a palavra que nos revela
todo o encantamento que precisamos viver.
Colheita de versos que eu proponho confessos,
revelam segredos, exorcizam meus medos,
cicatrizam feridas, tiram de mim a casca
que eu precisei construir para sobreviver.
Colheita de versos, que bom que eu os tenho!
Ainda que safados, indecentes, indigentes
e ejaculados sem pressa vão fertilizando as folhas...
Quem sabe algum dia alguém possa colher?
NALDOVELHO
publicado por SISTER às 06:48
Vou por aí
Por onde leva meus passos
E traço meu traço
Nesse compasso de nome vida
E mesmo que me digam
Que apontem para outro caminho
Eu só ouço o que eu mesmo digo.
E faço da dor um aprendizado
Da lágrima um sorriso
E do nada
Um tanto para guardar.
Não, não vou por aí
Porque não é por aí
Que indica os meus passos.
E busco saber somente
O que grita dentro de mim!
Me enveredo pelos becos escuros
Pelos dias cinzentos
Afogando nesses tormentos
Mas... Sem mudar o meu rumo.
Eu busco saber de mim!
E tento entender porque vim
Para onde vou
Onde tudo começa
Onde tudo termina...
Tenho metas e objetivos
Coisas para atingir
Tenho gritos guardados
E silêncios sufocados.
Sou um pedaço de bem
Um tanto de mal
Sou santo e diabo!
Porque assim tem que ser...
E assim... Que vou até o ultimo dos meus dias.
Não precisa dizer pra mim do caminho
Eu o encontro sozinho
Não precisa me falar dessas coisas da vida
Se eu sei como ela é
O quanto me deixa perdido!
Mas vou por aí
Por onde determina meu traço
E, nos desacertos
Encontro o meu compasso.
Me deixa assim: só comigo
Esteja você contigo
E se a gente se encontrar
Nessas voltas que a vida dá
Apenas debruce em mim o teu olhar
Siga teu caminho
Que também seguirei o meu caminhar.
MARCOS SERGIO T. LOPES
publicado por SISTER às 06:48
En la faz el alma se revela
por trazos, surcos o expresiones
habla de los sentimientos
así como consigna la esencia,
Además de formar la manera moral de ser,
proyecta el papel del alma
espejando lo emocional,
sellando lo personal.
Por el rostro, por los ojos,
por la manera de hacer y ser,
de su esencia habla,
fiel a sus actitudes.
De lo noble a lo vil,
del hidalgo al plebéo,
del generoso al mezquino,
nada se esconde, la faz revela.
La mente miente, el cuerpo nó
A su manera revela su intención,
basta con saber interpretarlo.
Pues el cuerpo, el rostro, dicen la verdad.
Joe'A
publicado por SISTER às 06:48
Cai a noite....recostada na cama
te espero...serena, tranquila, desejosa,
apaixonada...sei que logo chegarás
para acaraciar meu ouvidos com
canções de amor....
não tenho que esperar muito....
tua voz....me estremece, que delicia
ouvirte...meu corpo se prepara para
receberte...etu!!
qual um anjo da noite
abre tuas asas e me cobre
fecho os olhos e me deixo possuir
nossos corpos se entrelaçam
e se tornam um só...
os beijos ardentes, os gemidos de
plazer se escutam por
toda a casa....
muda testemunha do nosso amor
que termina com a luzes do
amanhecer....
quando meu Angel da noite
desliza, voa e desaparece
para regresar nuevamente
com a escuridão da noite
e envolverme de amor.....
CON TODO MI AMOR
by Licy
publicado por SISTER às 06:48
Cada vez mais
Nos separamos mais
Cada vez mais
Nos tornamos
Mais desigual
Passaportes
Bandeiras
Fronteiras
E a terra
Não é de ninguém
E é de todos
Quem fez tudo
Tudo nos deu
Sem nada cobrar
E vivemos
A lotear
Cada punhado
De terra
Cada porção
De mar
Assim me pergunto
Onde iremos parar
ABittar
publicado por SISTER às 06:48
Tentar
Tentei
E tentarei
Enquanto
Vida houver
Tentarei
Esquecer
Essa mulher
Que se apossou
Do meu coração
Nele fez morada
E por nada
Nem despejada
Dele quer
Se ausentar
Mas tentar
Tentei
E tentando
Continuarei
Esquecer
Essa malvada
Que só faço lembrar
Em vez de esquecer
ABittar
publicado por SISTER às 06:48
Aqui jaz o Sol
Que criou a aurora
E deu a luz ao dia
E apascentou a tarde
O mágico pastor
De mãos luminosas
Que fecundou as rosas
E as despetalou.
Aqui jaz o Sol
O andrógino meigo
E violento, que
Possui a forma
De todas as mulheres
E morreu no mar.
Vinicius de Moraes
publicado por SISTER às 06:48
o azul do céu fica a uma passo da porta
os precipícios dançam atrás da cortinas
o destino uniu o vento e a poesia
ao verde da folha acrescentou a lágrima
criou a paz eterna no beijo da matéria etérea
tanta verdade incontida no alcool destilado
tudo o que esta atras de nós
corre no passado feito lobo
passei a borracha no alfalto
cuspi sangue na calçada
pessoas cada vez mais erradas
lutam por valores infundados
o ocultismo desvia os leões das montanhas
teorias desagregadas e crenças fragmentadas
escrevem mentiras bem argumentadas
falsidades consolidam filosofias e histórias perniciosas
são filhos queridos dos deuses nórticos
os cavaleiros do apocalipse
o azul do céu fica a um passo da porta
o precipicios dançam atrás das cortinas
a voz não está nos argumentos dos políticos
a voz não está nos castelos da europa
a voz não está nos livros da maçonaria
a voz não está na côr da pele
chamaram a guerra
para purificar a terra
escudos e espadas
desceram ao inferno
a agua é intocável
mãos de ferro tentam
mas não conseguem
enferrujam e morrem
Carlos Assis
publicado por SISTER às 06:48
Abram-se os caminhos perdidos...
evanecentes caminhos idílicos...
Viajo às pirâmides do egito...
em caravana de camelos...
Perco-me nas brumas do tempo...
Sonho acordado minhas fantasias
Odaliscas vem para mim dançar...
A preferida do sultão olha distante...
perdida em pensamentos
Quem saberá seus tormentos??
O mar vermelho da paixão,
parece abrir-se:
dentro dos olhos seus...
Paredes de lágrimas se formam
paralelas , lado a lado..
A estrada que se abre no mar..
Quem me dera ser Moisés
para essas águas atravessar..
Chegar à terra prometida
de seus lábios
onde mana o leite e o mel...
Mas o caminho é evanescente,
dilui-se a miragem do caminho,
e da rosa vermelha do Cairo
restaram-me apenas espinhos.
Jorge Linhaça
publicado por SISTER às 06:48
Apresento-me em diversas formas,
bato às portas dos corações amargurados,
acalento os carentes, levo alegria,
tristeza e reflexão,
alimento sonhos, aproximo pessoas,
adentro o coração do pequeno e do grande.
Consigo penetrar em qualquer nação,
sem necessidade de passaporte ou documentos.
Sou minha maior identificação.
No lar sou recebida pela criança,
posso ser sentida pelo apaixonado,
sou usada como instrumento de conquista,
pelo rebelde como grito de revolta,
ao coração com dor sou analgésico,
ando de mãos dadas com a pureza, com a verdade,
sou franca,
mas às vezes penetro em um mundo de fantasias...
Adulta e séria transformo-me em criança pura,
brinco com outras amigas e cirandamos felizes
passando de mão em mão,
em lares, atravessamos a tela virtual
tocamos os sentimentos mais profundos.
Nosso aliado, às vezes com as mãos tomadas pelo cansaço,
vem e nos coloca frente a inúmeros,
ficamos felizes quando somos compreendidas
tristes quando nos fazem, os que nos guiam pelas mãos,
instrumento de ataque, injúria, mentiras,
mas mesmo assim prosseguimos nosso caminhar.
Sempre existe alguém a nos esperar...
A mim e meu companheiro na fonte de esperança.
Somos enfim,
O grande colorido dos que vivem sem cor
Somos simples,
outras vezes em gala,
Sempre estamos lá
tocamos e confortamos somos entendimento.
Ah, pergunta-me quem sou?
Eu sou a Poesia!
Meu condutor o Poeta, o porquê vivo?
Para quem existo?
Oras para você,
Sempre pra você que acabou de me dar atenção.
Paulo Nunes Junior
publicado por SISTER às 06:48
na lua clara de março
tomei o barco para guarapiranga
o imprevisto brilhava nas estrelas
enquanto as luzes das lanternas do carros
desenhavam brilhos estranhos nas marginais
o calor palpitava no peito
na mão do poeta dançava
um copo de batida de vinho com abacaxi
na boca mil palavras de amor
na lua clara de março
eu a via em cada mulher que passava
talvez fosse miragem ou solidão
enquanto tocava uma música romântica
o corpo afundava no sofá
vitimado pelo sono e pelo cansaço
imagens saiam das sombras
na lua clara de março
naufraguei nos sonhos
carlos assis
publicado por SISTER às 06:48
Vem e dança, já, comigo
deixa eu ser o teu abrigo.
deixa tudo o mais pra trás.
Abre as janelas da alma,
nesta dança que acalma,
e nossos corpos satisfaz.
Cola teu corpo ao meu,
Somos, agora, tu e eu,
a valsarmos neste salão.
Segue os passos da dança,
reacende a esperança,
escondida no coração.
E ao som da melodia,
no raiar de um novo dia,
estejamos abraçados...
Os corpos na mesma cama,
partilhando a mesma chama,
...eternos apaixonados.
Jorge Linhaça
publicado por SISTER às 06:48
Sou onda quente do mar
a beijar a tua areia
sou o verso a te evocar,
sou maré do amor, cheia.
Sou essa lua que brilha,
sou tua estrela distante,
sou a tua escotilha,
na nau do amor incessante.
Sou o grito que te chama;
a chama que tu não vês;
O revéz da tua cama,
filigrama na tua tez
Sou o erro e o acerto,
sou a luz e a escuridão,
sou, da porca, o aperto,
que trazes no coração.
Sou o prego na parede,
aquarela pendurada,
sou o fim da tua sede,
sou o tudo, sou o nada.
Sou o grito que te chama;
a chama que tu não vês;
O revéz da tua cama,
filigrama na tua tez
Sou a brisa que afaga,
sou o vento que assusta,
sou essa lembrança vaga,
sou a paixão insepulta.
Sou tanto, que nada sou,
algo esquecido no canto,
a andorinha que voou
e longe secou o pranto.
Sou o grito que te chama;
a chama que tu não vês;
O revéz da tua cama,
filigrama na tua tez
Sou Otelo enciumado,
sou Romeu sem Julieta,
sou o eco do passado,
sou a passada colheita.
Sou o sol que brilhou quente
numa tarde de verão,
e que hoje vive ausente
tão longe de tua emoção.
Sou o grito que te chama;
a chama que tu não vês;
O revéz da tua cama,
filigrama na tua tez
Jorge Linhaça
publicado por SISTER às 06:48
Séculos de maltratos,
anos de guerras,
ódio causando dor,
regando com sangue
as sementes de amor.
Dói ver a cobiça,
roubando a Paz,
torturando os dias de luz;
com uma overdose de veneno,
a terra negra suplica, e chora
a morte do filho de Deus.
Tremendo em agonia.
Enquanto isso,
covardemente,
o homem selvagem
ataca não se rende,
despertando a fúria.
A mãe, com o seio seco,
clemente, pede-lhe Paz.
A vingança responde
com revolta,
por querer ser ouvida;
só a morte a satisfaz.
A palavra é fogo que arde,
as cinzas flutuam no mar,
provocando a grande onda.
De mágoas em mágoas,
a terra viu-se lavar
com a morte dos inocentes,
e a verdade mostrar
que o mundo não nos pertence.
Estamos aqui para amar,
se a vida tem seus mistérios
o viver tem que respeitar
a força da mãe natureza,
que a tudo pode mudar.
Schyrlei Pinheiro
publicado por SISTER às 06:48