"Quando olhamos_ ou, melhor, sentimos_ de perto a solidão, descobrimos que ela é composta de diversos elementos: nostalgia, tristeza, silêncio e uma imaginação que aspira a "algo mais". Não de aqui, não de agora. Mas para que estes elementos se apresentem temos primeiro de nos concentrar neles em vez de optar pelos remédios que nos deixarão totalmente sós. O desespero aumenta e aprofunda-se quando buscamos caminhos de fuga."
James Hillman
publicado por SISTER às 05:42
És tu, sereia encantada,
o sonho de amor que me abduz.
És encanto, em cantos e acalantos;
és a sensualidade à luz do luar.
És o devaneio de noites passadas;
és no presente o peso da cruz.
És a gota salgada do meu pranto,
és a distância entre mim e o mar.
És meus sonhos e desvarios,
a insanidade que me condena.
És miragem guardada nas retinas,
és como arco-íris que não se pode tocar.
Por ti, sereia, naufraguei meus navios,
fu chamado louco, à boca pequena.
toquei minha flauta nas marinas,
na esperança vã de te encontrar.
Sereia encantada, onde estás?
Em que rochedos te escondeste?
Nas locas ou grutas distantes...
teu canto suave não mais a cantar.
Quem me dera ser eu ainda capaz,
de entender os sinais, percebesse,
o lugar correto, aquele instante,
de poder teu corpo, no meu, tomar.
Jorge Linhaça
publicado por SISTER às 05:42
Finge
Finge. Sim
Finge o tanto que quiser
O quanto puder...
Finge como ontem
No hoje e no sempre
Por toda hora
Até em pensamento.
Finge pela vida a fora
Finge e até chora
Finge que me ignora
Finge tudo e muito.
Finge na rua, na praça,
Em casa na sala
Finge na cama...
Diz que me ama
Mesmo que finja na hora.
Finge como quiser
Da forma que puder.
Finge que não me procura
Que nunca me esperou
Finge que jamais chorou
Que de mim não quer mais.
Finge que não tem desejo
Que meus beijos não te satisfaz!
Finge de forma tamanha
Que nem liga pra mim
Nem para as caricias que te dou.
Finge que vai embora
Esperando que eu implore
Finge que voltou!
É assim que te gosto
Fingindo sem parar
Pois quanto mais finge
Mais sei que te quero
E quanto mais quero
Você finge um pouco mais
Dizendo que nunca me quis.
Então finja...
Marcos Sergio T. Lopes
publicado por SISTER às 05:42
A tarde fez-se manto,
fechou-se a sempre-viva,
borboletas se vão.
Sem gotas de chuva,
sem corredeiras,
apenas um campo nu.
Marlene Constantino
publicado por SISTER às 05:42
Guardei comigo o orvalho,
que se misturava ao organza.
Suave fragrância, que se fez saudade,
num toque de flor no meu coração.
Você é perfume suave na minha lembrança,
nada mais, do muito que ficou.
Marlene Constantino
publicado por SISTER às 05:42
o sol amarelo baixa
os olhos dos homens
faz de todos
seres inocentes
a inspiração sorri
sussurra poemas amargos
nos ouvidos surdos
cheios de cera
palavras erguem escadas
subo por cima do muro
espio por um breve momento
a beleza indescritível da vida
tento dizer algo
para as nuvens esparsas
uma brisa refresca a pele
o mundo espera
no supermercado
trabalhadores sem camisa
descarregam um caminhão de batatas
o dia passa
carlos assis
publicado por SISTER às 05:42
Quando a minh'alma em noites se elevar
Por aí, nua, em astrais viagens
Buscará de entre todas as paragens
O leito onde insone é o teu penar
Hora que exausto o sono te vencer
Julgando nem já saberes sonhar
Minh' alma pela mão irá buscar
A tua... Pra afagar teu padecer
Aos corpos confinada a consciência
Seremos em pleno una essência
Num voo desligado de tormentos
Fruindo do amor os encantamentos
Tomaremos por leito o Universo
Dueto amante nas asas dum só verso
Carmo Vasconcelos
publicado por SISTER às 05:42
busco o verso banal
alijado da sociedade
que não tenha número
e nem seja sensacional
ou refugo internacional
não é facil dizer o que se quer
muitos conspiram
pelas nossas costas
para que calados fiquemos
enquanto dança a espada
busco o verso banal
vestido de novo
que seja como um vinho
desperte desejo
alegre e sensual
drama das palavras proscritas
vicissitudes nos lábios uma canção
leve como o peso de uma moeda
com a ousadia do som
de um tambor cheio de parcimônias
busco o verso banal
claro e causual
que dispare o coração
e possa ser dito pelo erudito
e pelo excluido
não preciso de imperador
detesto ditador
prefiro ser poeta marginal
sem rima nem métrica
ébrio ,diletante e alienado
busco o verso banal
que seja natural
abrace o cotidiano
e possa ser lido
na escadaria do mercado municipal
carlos assis
publicado por SISTER às 05:42
Entre a fumaça e a fuligem,
os pulmões em sofrimento.
A pobreza, do mal a origem.
Trabalha o menino sem alento,
vias respiratórias bloqueadas,
perpetuando o seu esquecimento.
A escola, perdida na estrada,
é uma miragem inatingível,
Trabalha muito! Ganhar? Quase nada!
Infância perdida, parece impossível,
mudar sua sina, criança esquecida,
rosto anônimo, tornado invisível.
Mudam governos: Promessa esquecida!
Projetos em papéis, amarelados,
Tangível só o seu modo de vida.
Purgando, dos outros, os pecados.
Ah, menino, da infância proibida,
quando findará esse teu fado?
Será a tua liberdade devolvida?
Jorge Linhaça
publicado por SISTER às 05:42
a palavra na boca
na boca a palavra: força
a força na palavra força
a palavra rolha fofa
a rolha fofa sem força
a palavra em folha solta
a força da palavra forca
a palavra de boca em boca
na boca a palavra forca
a palavra e sua força
falar na era forca
calar na era da força
na era de falar a forca
a era de calar a boca
na era de calar a boca
a era de falar à força
calar a boca da forca com a forca
falar a boca da forca com força
calar falar a palavra
não na ira da era ida
falar calar a palavra
nesta ira de era viva
calar a palavra na era ida da vida
falar a palavra na vida era da vida
mas a forca da palavra força
:um cedilha em sua boca
Mário Chamie
publicado por SISTER às 05:42
Amor, non piangere perchè
Se questo mondo non ha sorrisi per me
Ringrazio iddio di avermi dato già te, già te.
Vedrai, che un giorno cambierà
Verrà un mattino e a svegliarti verrà
Andremo via nella mia casa io e te, io te.
La nostra casa in cima al mondo
E quando tu verrai,
Leggera se ne andrà
Nel cielo volerà con noi.
La nostra casa in cima al mondo
La terra girerà
Lontana più che mai
E tu la porterai con me.
Amor, non piangere mai più
Gli innamorati non sono poveri mai
Amore mio devi sperare con me, con me.
La nostra casa in cima al mondo
E quando tu verrai,
Leggera se ne andrà
Nel cielo volerà con noi.
V. Pallavicini e P. Donaggio
publicado por SISTER às 05:42
Amar é embarcar num barco maravilhoso
que nunca viaja pro PASSADO
somente tem passagem para o FUTURO, com paradas rápidas na estação PRESENTE...
Onde você pode se abandonar á deriva
passando e parando nos portos dos BONS MOMENTOS...
Onde você pode desfrutar da felicidade merecida .....
Amar é ser guerreira diante dos desafios...
Corajosa para dominar os medos...
É saber usar a força interior...
É levantar sempre a bandeira do amor!
Amar é viver a alegria da inocência...
É sorrir espontaneamente...
É recobrar a vontade de brincar
e, o brilho do olhar...
É ser um palhacinho inconseqüente,
cantando a Banda alegremente...
Penhah Castro
publicado por SISTER às 05:42
Quando amamos... sonhamos
sonhamos que amamos...
E como amar é um lindo sonho,
vamos viver para esse sonho,
um lindo sonho de amor,
que à nossa vida dá muito calor...
Amar é a realidade que nos faz sonhar,
são sonhos que nos fazem delirar...
Quando estamos com nosso amor,
sentimos toda essa vibração, esse calor,
que nos dá forças para viver e amar,
para então, podermos com o amor sonhar...
Sonhos sonhados de amor...
Chegamos a senti-los reais...
Até mesmo a sentir do corpo, o calor...
Pelo salão a rodopiar...
Lindas músicas para dançar...
Que mais poderemos desejar?
Apenas amar... amar demais...
Vamos então, sonhar mais...
Marcial Salaverry
publicado por SISTER às 05:42
Atrás da porta, de minh'alma o silêncio
um olhar delineando o papiro vermelho
e na prece calada refletindo no espelho
o eco de mim: já não mais me pertenço...
Num só delta, duas fontes em harmonia
ostentando o viço da primavera em flor
e no reflexo da água haurida feito licor
a suavidade das almas em sintonia.
Vibra o verbo em cadência, só pensamento
dos lábios calados sequer uma palavra dita
pois o orvalho se faz presente no momento,
e nas entreabertas sedas e alvas rendas
o perfume da terra numa centelha infinita
desenhando o "tu e o eu", na mesma senda.
Milamarian
publicado por SISTER às 05:42