Já repararam que todas as guerras
O são por religião, ora por riquezas
E o novo riquísmo, invade as terras
Se tolhidos, por tamanhas belezas?
Sim porque esta gente odeia o belo
Nasceram com o cu, virado pra lua,
E pobres de nós, não têm cerebelo,
E assim vagueiam, à noite pela rua.
Depois temos o fanatismo religioso
Aquele mal, ali deveras, canceroso
Instruindo jovens, com gás suicida.
Destruímos tudo, o que aqui havia,
E transformamos, dócil e dúctil dia,
Em luta química, como o pesticida.
Jorge Humberto
publicado por SISTER às 06:17
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Ramon Alcântara
publicado por SISTER às 06:17
Ella viene de mansita, no se presenta,
Todo cuidado es poco, con esta angurrienta
Que nos roba la gracia y nos quita el seso,
Y todo lo mas, que en la vida es tan preciso.
Cedo requerimos la cama y el conjuro,
Y vamos erguiendo, en derredor cerce muro
Sueño se apodera de nosotros, la valorización,
Y, cuales harrapos, entregamos el corazón.
Persianas y puertas cerradas, no somos
Mas que viles desgraciados, allí cerrados,
Y en las manos de otros, es que entonces ponemos,
Toda la dolencia, que en la forma de explicar,
No arranca vocablos, para justificarnos
Que cosa es esta, que a matar nos está .
Jorge Humberto
publicado por SISTER às 06:17
Às vezes eu tenho um sonho tranquilo, um sonho de interior,
de criança do interior, que conheceu a capivara e a piabanha, o jacaré e o piau vermelho, as maritacas e o grumatã.
Pesquei muita grumatã e piabanha no rio doce quando criança. Lambarí nem se fala.
Pegava lambarí até de peneira no córrego do cascalho; Mandi, cascudo e até cobra verde, que vinha por engano.
Por toda esta vida de interior, e guardando comigo estas
vivências, eu tenho vontade de um dia voltar para uma
cidadezinha bem pequena, e alí comprar uma "terrinha".
Queria um pedaço de terra por um motivo muito particular:
Doaria este pequeno lugar, que eu transformaria de uma
maneira muito rudimentar, mas com muito carinho.
A transformação na verdade, seria não transformar. Deixar
tudo voltar ao seu estado natural, primitivo.
Alí eu só não me sentiria um intruso completo, porque eu
plantaria um pomar, com as mangueiras e abacateiros, as
bananeiras e os pés de jacas, e alguns pés de fruta pão,
para dar imponência a este cantinho.
Seria como ja disse, uma doação. Dedicaria este lugar aos
sabiás, às pacas e aos tatus, às rolinhas e aos bem-te-vís,
às joaninhas e ao lava bunda.
Ficaria encantado ao amanhecer, ouvir o canto do canário da
terra, amarelinho, num galho sêco, no meio da cerração, e
observar a paca e o tatu canastra passearem alegremente,
debaixo dos pés de manga e fruta pão, felizes.
Toda fauna seria convidada a tomar posse daquele banquete.
Tudo aquilo seria deles: o intruso seria eu!
De vez em quando eu apanharia uma manga, e comeria alguns
abacates e bananas.
Os macacos não ficariam aborrecidos em dividir um pouco de
bananas comigo, nem o assanhaço e o gaturama. E por falar,
por onde anda o gaturama, o inhapim e a estrelinha, o
catatau e a cigarrinha?
Nunca mais eu ví o catatau briguento nem a cigarrinha com
o seu canto singelo!
Não me importaria com as cobras e os escorpiões, eles
saberiam respeitar um amigo de coração lavado!
Mas queria uma vez ainda ver a briga do marimbondo cavalo
com a aranha caranguejeira. Não me meteria nesta briga,
apreciaria o duelo: A tática, a coragem e a inteligencia a
serviço da sobrevivencia de apenas um.
Isto é que eu chamaria de uma briga de titãs!
É bonito ver o marimbondo ciscando, ameaçando atacar de
frente. Derrepente ele voa e ataca a aranha pelo ar,
picando a bunda, e a aranha vai se enfurecendo, e o
marimbondo driblando a aranha e enfiando o veneno!
Parece uma luta de boxe, quando o outro está nas cordas,
"grogue", e é só jabear e demolir aos poucos.
Quase sempre o marimbondo vence. Tem as asas e o veneno, e
é escorregadio.
Não levaria nenhum livro! Tenho alguns poemas na cabeça.
Tentaria lembrar um a um, principalmente os que eu ouví na
minha infancia, ou que declamei!
Seria uma maneira de recordar com mais vigor, e reaprender,
fustigando a memoria, voltando aos tempos encantados de
criança.
Se não causar transtôrno - Vou observar com muita atenção -
eu tocarei alguns discos com madrigais, cantos gregorianos,
e as jóias do barrôco Italiano: Me bastaria!
Os pássaros gostam da musica feita pelos homens. Se alegram
com a nossa musica. Fazem uma festa. Os animais se
encantarão! Creio que até o pica pau de topete azulado vai
gostar de Vivaldi.
Se ele fica feliz com o canto do sabiá, tambem irá abençoar
as flautas e os bandolins de Vivaldi.
Janis Joplin, Tito Schipa, Maria Bethânia. Pelo menos um eu
tenho que levar!
Levarei Bethânia. Não saberia ser feliz sem Bethânia!
Joplin eu ouvirei nas lembranças mais doces do meu passado!
Schipa é divino! Vou ouvi-lo nas esferas. No lugar reservado aos querubins!
Construirei uma casa bem simples, da cor da paisagem, e com
as janelas pintadas de verde: Da cor das janelas da minha
infancia.
Pendurarei labiatas nas arvores maiores e plantarei algumas
roseiras.
As santas apreciam as roseiras. O lugar onde há roseiras, é
cheio de santidade!
Malva, mangerona e alecrim não faltarão. Nem o boldo e a
camomila!
Depois é só deixar a vida acontecendo. Tudo se ajustando ao
olhar de Deus!
Quem sabe eu escreveria uma bela canção?
Pra Maria Cantar?
Às Marias,
as que cantam, as que bordam
e que trazem beleza e simplicidade à terra.
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Se algum dia, algum doido varrido me pagar muito bem pago para eu visitar a America do Norte, eu iria só para conhecer Oklahoma.
A Broadway me fascina por seus musicais belíssimos. Me encantaria até as lagrimas com aqueles musicais maravilhosos, mas o que eu queria mesmo era andar por Oklahoma. Pelos desertos, pela sua historia de pistoleiros, dos assaltantes de bancos: Pela bandidagem!
Lí muitas historias em quadrinhos, deve ser por isso!
Nascí para ser bandido, mas a vida foi me consertando. Gostava de Billy the Kidd e do jesse James.
Se eu tivesse nascido em Oklahoma naquela época, eu teria o meu bando.
Adorava os tiroteios, mas o diabo era ter que atirar em alguem. Sempre foi um grande dilema tirar uma vida para roubar. Se fôsse um duelo, um acêrto de contas dos bons, aí sim, o meu colt teria que funcionar.
A minha mão é pesada. Nem gosto de segurar em arma de fôgo. Tenho medo de disparar na minha imaginação!
Existem imagens vivas na minha memória que eu gostaria de transferir para Oklahoma, a da minha imaginação, e ajustar: Faria bem ao meu coração. Um bom ajuste de contas, lava a alma e refresca o espirito.
Mas teria que ser em Oklahoma, na minha imaginação. A da minha infancia, com o meu colt 45, ou com o meu punhal Veneziano!
Aprecio mais o punhal. Se vê o sangue correr, o olhar selvagem: O desespero e a dor.
O punhal é mais dolorido: Eu preciso de muita dor!
Não era por falta de amor, este sentimento excedia na minha infancia. Nunca ninguem foi tão amado. È que eu tinha muita fúria, e precisava ser domado cautelosamente pela vida.
A minha sorte, é que ao invéz de ser domado pela vida, a vida foi me seduzindo, me encantando. Me dava um jesse James, mas me presenteava com um poema de cecilia Meireles.
Mostrava-me o Billy The Kidd, mas me compensava com a mitologia Grega. E que compensação!
Fui me acostumando com a poesia e a boa literatura: As mil e uma noites, Branca de Neve, Robson Cruzoé, as Fábulas de La Fontaine, a minha igreja querida com o seu coral e os seus cantos Gregorianos, e as procissões magníficas, e os vèus e as velas perfumadas.
Continuava a gostar dos tiroteios no cinema de domingo, mas estava apreciando de verdade, era o "laudate dominum e o Agnus Dei".
E aqueles tiroteios foram saindo de dentro de mim!
Mas é dificil acabar com a fúria. Ela muda de lugar!
A não ser que seja metamorfoseada, em que? Em uma fúria saudavel, de belos ideais!
Não sei como esta operação foi efetuada no meu espirito: Aconteceu a bondade das pessoas que a gente mal vê, pouco ama; o respeito das criaturas crédulas que nos indicam um mundo a ser melhorado, e a fé que sempre adocica os nossos corações.
Continuo furioso! Furioso por um mundo melhor, furioso pela beleza, pela fraternidade entre os homens.
Tenho fúria pela felicidade e vou viver furioso para ter mais vida, e viver ancantado com tanta vida!
Mas Oklahoma às vezes vem me incomodar: Seus tiroteios e enforcamentos. Sua lei implacável!
O ajuste de contas é determinado, ele pode tardar, mas não falha!
Existe tanta vida nova para se construir, tanto sonho para ser sonhado, e tanta fúria para ser dissipada, e será dissipada se surgirem sentimentos nobres e homens elegantes de espirito.
Teremos uma fúria construtiva, em um lugar furiosamente belo, e que so precisa se enfurecer pelo trabalho e pela felicidade!.
"Dedicado ao ultimo grande homem"
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Estou com uma saudade danada do Rio de Janeiro. Aquela cidade sempre será para mim a mais encantadora.
Morei lá nos anos setenta e conseguí sobreviver durante um ano, e muito bem, escrevendo cartas de amor para viúvos, e solitários que queriam se casar.
Casei muita gente, arranquei muitos suspiros e lagrimas com as minhas cartas. Casei até Judeu. Casei bem casado!
Era um Judeu Austríaco sofredor de guerra. casei com uma Judia Francesa, muito fina e rica.
Escrevia as cartas em Português e a filha dele traduzia para o Francês.
Foi a unica vez em minha vida que eu conseguí gostar do idioma de Lamartine, ouvindo as minhas cartas, traduzidas por uma Judia linda, que derramava lagrimas de encanto ao ler as minhas cartas. Ficou apaixonada. Se eu não fosse menor, fugido e duro, eu teria casado com ela.
Amei aquela criaturazinha maravilhosa até as lágrimas, talvez pelas minhas cartas lidas a meia voz, talvez porque tocava Chopin e Rachmaninof, maravilhosamente.
Extorquí algum dinheirinho dele, pagava bem quando se tratava de amor, porem a minha maior recompensa era estar ao lado daquele ser angelical, que tinha tanta esperança no olhar, e tinha por objetivo na vida, ser feliz.
Acompanhou o pai quando ele se casou, para Israel.
Quando ouço Chopin eu me pergunto ao lembrá-la: Será que ela esta sendo feliz? Me comovo! Não pude dar-lhe muito, e ela merecia!
Naquela época eu acordava bem cedo e costumava visitar aquelas igrejas barrôcas do centro, para assistir a primeira missa.
Na verdade o que me enchia o coração, era o ambiente de grande intimidade sagrada que os ornamentos do barrôco inspiram, desde o mobiliário pesado e austero, à musica densa e cheia de espiritualidade que só a musica barrôca oferece.
Chegava às seis horas da manhã e saia às oito. assistia duas missas. A organista me prendia com a sua musica divina.
Certo dia não resistí. Subí a escada e fui dar no púlpito para vê-la tocar e saber mais sobre aquela musica celestial que me tocava tanto, e no entanto eu nada sabia sobre o autor.
Na primeira oportunidade eu lhe fiz a pergunta e ela me falou sobre ele: Dietrich Buxtehude!
Era uma freira alemã que chegara bem jovem ao Brasil. Ainda tinha um sotaque carregado. Ficamos bons amigos. Ela me mostrou o caminho até Buxtehude, gênio do barrôco Dinamarquês, pouco conhecido aqui. Conseguí parte da sua obra musical, pequena e maravilhosa.
Nunca ví nada editado por aquí.
Se eu pudesse, construiria uma pequena igreja barrôca, levava aquela freira Alemã, e pediria para ela tocar a divina musica de Buxtehude, na entrada do paraíso!
Depois da missa eu ia visitar os vendedores de selos, as lojas de numismática. Passava horas conversando sobre moedas, enriquecendo.
Conhecia todas as lojas de antiquarios. Terminava a manhã nos sebos. Lá eu encontrei um livro de poemas de Byron, e varios de cecilia Meireles, a poetisa do meu coração, e tudo baratinho.
Coisas raras eu conseguí nos sebos do centro do Rio de Janeiro, naquela época.
No outro dia, de um pulo ia à farmacia Almeida Cardoso. Apreciava aqueles vidros de remédio embalados manualmente.
Pareciam objetos de arte. lembravam meu avô.
Passava na Casa das Sedas, nas Casas Gebara. Quase sempre visitava o Mercado das Flores, para olhar as flores, quando se tratava de levar as cartas para o meu amigo Judeu. Aproveitava e levava as mais singelas para a minha bem amada.
Aquilo tudo acredito, fazia parte de um exercicio para apurar a sensibilidade e ter inspiração para escrever muitas cartas de amor.
Naqueles tempos, as pessoas observavam a lealdade, e a sinceridade era coisa para se guardar.
Graças a isso eu casei muita gente. Casei até Judeu fugido de campo de concentração, com Judia Francesa muito requintada.
E não casei a filha dele comigo, porque era de menor, tambem fugido, e não tinha um só documento.
Às Organistas,
Porque o Orgão aquece o espirito e nos eleva,
a DEUS.
O botão que a rosa pariu
Desabrochou, agora é flor
Perfumando a roseira florida
Traz cheiros do meu amor.
(Olga Bonini)
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Ó flôr dos tempos distintos
Que ilumina a memória
E faz bailar o coração
Luz dos lampiões de gáz
Clarão da estrela guia
No dia que te concebí mulher
Parí um sonho incomodado
Das cismas de mim mesmo
Quem és tu afinal
E quem te escreveu no meu caminho?
Te imaginei como uma dama em tempos idos
Com as canções de equilibrar no vento
Feita de antigas bailarinas
E de odores e encantamentos
Entre abismos e vestais!
Agora o teu poema me angustia!
E por ser claro e por ser noite
Eu quero amanhecer em tí
Só para anoitecer de novo
Com a tua lâmina entre os meus dentes
E os meus punhais cruzando os teus
Pretendo aprisionar-me em tí
Por mais que a eternidade
Em lugares feitos
Eleitos prá nós dois!
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Bebeste no seio outonal
O leite desértico da dor
Que habitava o tempo, o espaço,
As dimensões
E fugiste do seio em brado ardente
Caminhaste o passado e o futuro
Dialogando os mitos que não eram
E que não foram do sol a luz primeira
E que fizeram da vida mágoa inteira
No amor tardio que não fomos!
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Não há porque tanto pano e tanta roupa inútil.
O mosquito misturado à cortina, não me deixa dormir.
Vem raptar o meu sangue, num duelo de sobrevivência!
No silencio da madrugada ouço gritos de aves sendo abatidas!
O corpo é tragado pela máquina. Pena para um lado, sangue para o
outro, numa fanfarra de vampiros tortos. Coisa nauseabunda!
O cheiro é infectante. Enoja o sentimento de humanidade!
Existe um carrasco solto na madrugada - Sem culpa e sem mágoa,
Nutrido da indiferença humana!
Deveriam respeitar as madrugadas, o silencio tem ouvidos!
Amanhã comerei aqueles gritos - Beberei aquelas angústias!
Sou cúmplice daquela barbárie!
Todos comeremos aquela carne aterrorizada e ainda diremos:
Sou vegetariano, me alimento de carne branca!
Como se a galinácea fosse um repolho cantante, condenado ao
deleite dos homens, e autorizado pelas sagradas escrituras!
Ó impiedosa humanidade, a misericordia é um semblante desconhecido!
Porque estas ansiedades por cadáveres e naturezas mortas?
Não merecemos muito: O homem é um animal sedento de sangue;
Inventor de sofrimentos!
Bendita seja a dor, e o câncer nosso de cada dia!
Vem vingar o martírio da galinha e do gado: Tudo se paga!
O diabetes e a esquizofrenia espreitam nas esquinas;
É o envenenamento das artérias, brincando com um cálice de sangue!
Um grito incomoda minha garganta - Um mosquito me faz meditar!
Devora-me que te devoro! - Não existe um pacto pela vida;
Uma moratória para o coração!!!
Joao das Flores
publicado por SISTER às 06:17
Silencio en quietud del alma,
cuando se detiene el tiempo,
desasosiego que calma,
giró mi vida cual trompo.
Silencio acalla sonidos,
gargantas claman justicia,
exigen los reprimidos,
que viven en la inclemencia.
Silencio que estruja vientres,
seres que tragan mendrugos,
buscan su presa cual buitres,
ancianos/niños mendigos.
Silencio luego de amarte,
cuerpos saciados de amor,
es mi locura quererte,
almanaques de desamor.
Silencio y paz al morir,
rompe cadenas el alma,
libre escribe al partir,
bemoles en pentagrama.
©SKORPIONA
publicado por SISTER às 06:17
A poesia entra por janelas,
abrindo portas do sentimento,
palavras carregam, em si,
sementes de um dito,
que permanecerá no espaço infinito,
vibrando a razão que as abortou,
ou as permitiu nascer.
Sem bater asas,
penetram por janelas,
que no tempo não se fecham,
abrem-se para renovarem o ar,
aspirando a luz e o calor da verdade.
As boas sementes precisam esperar
as condições apropriadas
para germinarem das profundezas ocultas,
ou do coração do poeta que as cultivam, por amor.
A sabedoria fica nas sombras,
absorvendo as gotas cegas,
que, ao seu lado caminham,
humidas, inconsoláveis,
as transforando em nuvens de gelo,
movimentando-as ao sabor do vento,
para vê-las voltarem, a terra fértil,
doces aos seu olhos,
provocando ondas sobre o mar da ilusão,
que pacientemente esperaram
a hora certa para sair
da fonte dos rios, ou dos versos,
que brotam em cascatas,
na vida, e no coração da poesia,
com o perfume das rosas, que não falam,
só exalam a beleza em flor.
Schyrlei Pinheiro
publicado por SISTER às 06:17
Despertar do sol fazendo aparecer
caminho que descortina á vista
quietude da tranqüilidade
jardim cenário romance
disseminando açucena flor de lis
som dos pássaros traçado de ruas
cascata delicada
lembrando queda-d'água
escorrendo entre pedras
corrente da saudade projetando na mente
retrato imagem do sorriso angelical
preenchendo vazio quantidade que excede
extensão que transcende
experiência sensível.
Lucia Trigueiro
publicado por SISTER às 06:17
Você planejou, aguardou o anoitecer...
E sem ainda ter a claridade da lua,
Maliciosa, preferiu me esperar seminua,
No relento, sem que eu pudesse prever.
A maneira como eu cheguei, porém...
Não lhe deixou de ser supreendente,
Pois, ao invés de encontrá-la de frente,
Preguei-lhe uma boa peça também.
Pouco acrescentou seu provocante sorriso,
Me aguardando desde os rumos do norte,
Pois vim do sul, a emoção foi mais forte,
E ao vê-la despida, de costas... perdi o juízo.
Fui às nuvens e não sabia onde estava
Quando, de tão perto e pela primeira vez,
Vi seus cabelos enfeitando sua nudez,
Trança única que à região glútea chegava.
Lorenzo Yucatán
publicado por SISTER às 06:17
dentro de mim um abraço se abre
idiota inédito
em bustrofédon.
fico lambendo as palavras
que brotam
em caixa baixa.
como se elas fossem eróticas
como se elas fossem mulheres
como se elas fodessem.
dentro de meus embaraços poemo
souco roco
loco do pau ouco.
Edison Veiga
publicado por SISTER às 06:17