Cada nascer do sol,
É um convite à vida...
Cada pôr-do-sol,
É a esperança de um,
Pois todo o despertar,
É a certeza
De que se está vivo!
É a memória
De toda uma história...
Mas, se o sol não brilhar
E a chuva cair?
Ainda assim será um convite,
Nada se desperdiça,
Tudo se realiza...
Faça deste dia,
Melhor do que o de ontem,
Seja diferente!
Assim como
A chuva de hoje,
Que molha
E que refresca,
É diferente do sol
De ontem...
Que abafa
E que queima!
Em cada hoje,
Umas novas histórias
Em cada ontem,
Uma nova lembrança...
Em cada amanhã,
Tudo pode acontecer!
Marte/JCarvalho
publicado por SISTER às 11:15
De dizer não para aquela pessoa querida mesmo sabendo que o sim significa problemas no futuro?
Você tem medo de quê?
De admitir que você se enganou com uma pessoa, que você errou na dose do sentimentalismo e fechou os olhos para a realidade que todos viam?
Você tem medo de que?
Aceitar que o fim de um relacionamento já chegou há muito tempo e você, só você insiste em manter as aparências?
Você tem medo de quê?
Falar para seus familiares e verdadeiros amigos o quanto os ama, e por isso fica calado imaginando que todo mundo sabe disso?
Você tem medo de quê?
Medo de perder o emprego medíocre que você tem e por isso se submete a tirania de um local que você não se sente bem?
Você tem medo de quê?
De sair à rua e dar de cara com seus medos e fantasmas, ou de encontrar-se com você mesmo e por isso você aceita a síndrome do pânico?
Você tem medo de quê?
De aceitar que seu atual estado é reflexo apenas dos seus atos, das suas atitudes, algumas vezes impensadas e feitas de pura ansiedade?
Você tem medo de quê?
De sair da capa de vítima e encarar de frente seus sonhos, suas necessidades e descobrir que pode realizá-los?
Você tem medo de quê?
De questionar sua religiosidade, os conceitos que não se encaixam na sua capacidade de raciocinar e mudar tudo para viver melhor com Deus?
Você tem medo de que?
De aceitar que Deus existe e que nos pede ação sempre, trabalho sempre, boa vontade sempre, perdão sempre, amor sempre?
Não tenha medo de ser feliz, arrisque-se, aventure-se.
Caiu, levante-se.
Errou, comece de novo.
Perdoe sempre.
Esqueça o que passou, construa o hoje, viva o hoje.
Ame-se sempre!
Paulo Roberto Gaefke
publicado por SISTER às 11:15
Uma equipe torna-se docemente harmoniosa quando
cada indivíduo adota o poder de adaptar-se às capacidades
e especialidades dos outros.
A unidade é sustentada concentrando energia e
focalizando o pensamento, aceitando e apreciando o valor
do rico conjunto de participantes e a singular contribuição
que cada um pode oferecer. Permanecendo leal não apenas
uns com os outros, mas também à tarefa.
A unidade dá força e coragem para tornar possível o impossível.
Brahma Kumaris
publicado por SISTER às 11:15
Venía hacia mí por la sonrisa
Por el camino de su gracia
Y cambiaba las horas del día
El cielo de la noche se convertía en cielo del amanecer
El mar era un árbol frondoso lleno de pájaros
Las flores daban campanadas de alegría
Y mi corazón se ponía a perfumar enloquecido
Van andando los días a lo largo del año
¿En dónde estás?
Me crece la mirada
Se me alargan las manos
En vano la soledad abre sus puertas
Y el silencio se llena de tus pasos de antaño
Me crece el corazón
Se me alargan los ojos
Y quisiera pedir otros ojos
Para ponerlos allí donde terminan los míos
¿En dónde estás ahora?
¿Qué sitio del mundo se está haciendo tibio con tu presencia?
Me crece el corazón como una esponja
O como esos corales que van a formar islas
Es inútil mirar los astros
O interrogar las piedras encanecidas
Es inútil mirar ese árbol que te dijo adiós el último
Y te saludará el primero a tu regreso
Eres sustancia de lejanía
Y no hay remedio
Andan los días en tu busca
A qué seguir por todas partes la huella de tus pasos
El tiempo canta dulcemente
Mientras la herida cierra los párpados para dormirse
Me crece el corazón
Hasta romper sus horizontes
Hasta saltar por encima de los árboles
Y estrellarse en el cielo
La noche sabe qué corazón tiene más amargura
Sigo las flores y me pierdo en el tiempo
De soledad en soledad
Sigo las olas y me pierdo en la noche
De soledad en soledad
Tú has escondido la luz en alguna parte
¿En dónde? ¿En dónde?
Andan los días en tu busca
Los días llagados coronados de espinas
Se caen se levantan
Y van goteando sangre
Te buscan los caminos de la tierra
De soledad en soledad
Me crece terriblemente el corazón
Nada vuelve
Todo es otra cosa
Nada vuelve nada vuelve
Se van las flores y las hierbas
El perfume apenas llega como una campanada de otra provincia
Vienen otras miradas y otras voces
Viene otra gente en el río
Vienen otras hojas de repente en el bosque
Todo es otra cosa
Nada vuelve
Se fueron los caminos
Se fueron los minutos y las olas
Se alejó el río para siempre
Como los cometas que tanto admiramos
Desbordará mi corazón sobre la tierra
Y el universo será mi corazón
Vicente Huidobro
Besos
KeT
publicado por SISTER às 11:15
Às vezes eu fico pensando...
Onde dormem as gaivotas?
Enquanto no ar vão viajando
Atravessando nuvens e tempestades
Em lufadas de ar pairando leve
Guardam seus ninhos em escarpas e ilhotas?
Será que sonham quando dormem...
E dormindo voam em sonhos?
Eu acho que não, já devem voar demais acordadas,
Talvez sonhem em andar sem serem incomodadas.
Enquanto eu estou preocupado em viver e andar,
Elas com certeza se preparam para voar
Outra vez e sempre ao ar aberto, pairando leve;
Buscando a pureza do ar onde já não existe
E a limpeza do mar que o homem insiste em sujar.
Meu vôo será sempre um vôo breve
E a minha pena aquela que escreve meus sonhos
Descrevem minhas preocupações
E pensamentos risonhos,
Os bisonhos eu os deixo voar
E desaparecerem na bruma do esquecimento.
Será que elas voam sonhando se voam dormindo?
Há gaivotas... Onde dormem?
Eu estive pensando...
WalterBRios
publicado por SISTER às 11:15
A veces juzgamos basados en nuestros prejuicios,
les decimos a todos nuestra opinión
y después buscamos cómo justificar nuestras ligerezas,
¿Cuánta energía de vida desperdiciamos justificando actitudes con las que solo pretendemos cubrir nuestros errores,
miedos o inseguridades?
¿Cuánto daño innecesario nos causamos a
nosotros mismos y a quienes amamos?
publicado por SISTER às 11:15
Olhos idealistas de um mestre,
ávido pelo interesse do aluno,
que não enxerga nada que preste ,
com a vida fora de prumo.
Olhos que enxergam a dor,
de pais em insana luta ,
bradando o seu horror,
numa sociedade em disputa.
Olhos que vertem lágrimas
por tantas coisas descabidas,
em conflitos tu esgrimas,
por ver essa gente sucumbida.
Olhos de ver o mundo,
num prisma de realidade,
fechas apenas um segundo,
e sonhas com a eternidade.
Olhos que enxergam profundo,
muito além das fronteiras da Terra,
vêde estrelas e planetas giramundos,
na magia plena das celestes esferas.
Guida Linhares
publicado por SISTER às 11:15
Conta uma antiga lenda que na Idade Média um homem muito virtuoso foi injustamente acusado de ter assassinado a uma mulher.Em realidade o verdadeiro autor era uma pessoa muito influente do reino e por isso desde o primeiro momento se tentou um bode expiatório para encobrir ao Culpado.O homem foi levado a juízo já conhecendo que teria escassas ou nulas oportunidades de escapar ao terrível veredito... ¡ a forca !.O juiz, cuidou não obstante de dar todo o aspecto de um juízo justo, por isso disse ao acusado:"Conhecendo tua fama de homem justo e devoto do Senhor vamos deixar em mãos dele teu destino." Vamos escrever em dois papéis separados as palavras culpada e inocente, tu escolherás e será a mão de Deus a que decida teu destino'
Cuenta una antigua leyenda que en la Edad Media un hombre muy virtuoso fue
injustamente acusado de haber asesinado a una mujer.
En realidad el verdadero autor era una persona muy influyente del reino y
por eso desde el primer momento se procuró un chivo expiatorio para
encubrir al Culpable.
EL hombre fue llevado a juicio ya conociendo que tendría escasas o nulas
oportunidades de escapar al terrible veredicto... ¡ la horca !.
El juez, cuidó no obstante de dar todo el aspecto de un juicio justo, por
ello dijo al acusado:
"Conociendo tu fama de hombre justo y devoto del Señor vamos a dejar en
manos de él tu destino." Vamos a escribir en dos papeles separados las
palabras culpable e inocente, tú escogerás y será la mano de Dios la que
decida tu destino'.
publicado por SISTER às 11:15
Zapatos maltrechos,
envejecidos por el tiempo,
que se dejan al olvido
como cuero hediondo.
Pasadores que los atan
a una vida caminante,
cual cordón umbilical
los une hasta la muerte.
Incongruencia del destino.
Juntos se deforman,
encallecen: suelas, plantas,
luego abruptamente...
separados para siempre.
©SKORPIONA
publicado por SISTER às 11:15
Quem teme nao sofre
quem sofre nao teme
quem teme respeita
quem teme tolera
Pondera...escuta
semeia a paz...colhe a bonança
tem muita Fé e esperança...
sonha, espera, mas com perseverança
Para os sonhos realizar
ou se nao der, pelo menos tentar
e se nao puder pelo menos aceitar
pois quem teme nunca está a se rebelar
Quem teme ama e é amado
tem amigos, é festejado
até por quem não teme
pois a este, por quem teme é considerado
Quem teme não sofre, nem deixa sofrer
quem nao teme sofre e faz sofrer
e é tão simples estar de bem
com o Ser e o Ter, para que sofrer?
"Temor não é medo, é respeito ao semelhante e, principalmente, a Deus"
Joe'A
publicado por SISTER às 11:15
Dou alguns passos
e paro para pensar,
para observar,
relembrar!... Já andei
mais da metade da estrada...
Foi muito o que vivi,
experiências que
fizeram de mim o que sou!...
Nem melhor,
nem pior, do que muitos,
mas, com certeza, mais humana
do que a maioria que anda por aí
se dizendo "escolhido"...
Carrego comigo
lembranças de muitas lágrimas,
momentos tristes,
mas também lembro de
muitas alegrias,
momentos de felicidade...
Doeu chegar até aqui,
a desilusão machucou,
mas o carinho me fez sorrir!....
De tudo, o importante
é que cheguei, sem revoltas,
guardando a paixão pela vida,
o amor pelo ser humano,
o respeito pelos animais,
o encanto pela natureza,
a fé em Deus...
Pronta para continuar a caminhar,
amando sem condição,
acarinhando todo aquele
que de mim se aproximar,
estendendo a mão a quem precisar.
Chorando por minhas dores,
pelas dores dos outros,
mas também sorrindo com
nossas alegrias!...
Forte por mim, pelos meus;
firme, para quando se fizer necessário,
ajudar a um irmão a caminhar,
a acreditar em si...
Acreditando em mim!...
Faminta de vida,
apaixonada pelo amor,
lutando, sempre e sempre, pela paz,
o conviver em harmonia...
Verdadeira comigo e com os outros,
sendo nada mais do que sou,
gente que é gente...
Que respeita e quer ser respeitada!
Que ama e só quer ser amada...
Viver o que, ainda, me resta
com alegria na Paz do Senhor...
Sabendo que o importante
é nunca desacreditar
em que somos filhos de Deus,
predestinados
à felicidade!
Carmen Ortiz Cristal
publicado por SISTER às 11:15
Eternidade"
Uma certeza fatal
de que o amor vai sobreviver,
sonhando ao lado da verdade.
Ainda que adormecido no viver,
o sentido majestoso continuará
energizando o sentido
que a saudade contorna,
ao seguir como rio,
cascateando no tempo
as lágrimas de um adeus,
congeladas no infinito,
aguardando o retorno
de um caminho sem volta,
ou despedidas.
Schyrlei Pinheiro
publicado por SISTER às 11:15
Hoje, acordei sentindo
Uma grande dor no peito;
Sentei-me ao pé da cama,
Coloquei minha mão sobre meu peito,
E perguntei ao meu coração:
- O que você tem?
Por que está tão inquieto dentro de mim?
Você está doente?
Fiquei uns minutos em silêncio
E aí foi minha alma
A começar a ficar inquieta...
Perguntei a ela...
O que tens?
Por que se atormenta dentro de mim?
Minha alma disse:
Estou assim porque você está assim;
Você me faz perguntas,
Mas não tenho as respostas
E sei que isso o faz infeliz...
Você se sente tão pequeno,
E isso me faz pequeno também...
Você queria ser diferente
E eu fico triste por você...
Você está tão só, e eu me sinto sem você...
Mais uma vez tornei a ficar em silêncio...
E foi aí que meu coração
Meio confuso me respondeu...
Estou tão triste...
Sinto-me tão pequeno...
Estou magoado com você!
Fiquei sem jeito e perguntei...
O que foi que eu te fiz?
Ele respondeu...
Você sofre tanto com as pessoas;
Preocupa-se com elas, é atencioso, procura ser
prestativo e na maioria das vezes sempre se decepciona...
Você ama e depois sofre
E fala que a culpa é minha...
Você espera por algo que não vem
E fica triste...
Aí você chora e dói em mim...
Preciso de curativos
Para um coração partido...
Curativos bons...
Perguntei ao meu coração;
Como assim, bons?
Ele respondeu...
Curativos que estanquem essa sua tristeza,
essa sua mágoa, essa sua solidão...
Que estejam com você nos dias frios
E nas noites vazias,
Nos dias de tempestade
E nas horas que você se sentir tão só...
Que eles sejam tão grandes
Que possam envolver seu corpo
Em um abraço cheio de ternura
E que você se sinta seguro e amparado...
Curativos que te façam sentir
O quanto você é especial e amado,
Mesmo que você nunca tenha sentido
Esse amor, nem de seus próprios pais...
Preciso de bons curativos,
Que não sejam eternos,
Afinal nada é para sempre,
Mas, que não sejam descartáveis...
Curativos que absorvam
Esse sofrimento, essa dor...
Essa ferida que não se vê, apenas se sente...
Que sejam fortes, e à prova d'água,
Para que não se estraguem
Com suas lágrimas,
Que sejam macios,
Para poder te fazer carinho
Nos dias em que você se sentir carente...
Curativos que acima de tudo
Nunca o decepcione,
Prometendo coisas que não cumprem...
Curativos companheiros e sinceros,
Que se importem realmente com você...
Não quero pena, quero amor...
Amor de verdade.
Preciso que você também se ame e prometa
Que vai procurar cuidar mais de mim,
Sou parte de você e se você sofre
Eu também sofro...
Queria poder colocar você dentro de mim,
Secar suas lágrimas, ninar você...
Dizer-te que tudo vai passar
E te proteger das decepções da sua vida,
Afinal você já sofreu tanto que
não sei como ainda consigo bater forte
Em seu peito...
Você é especial...
Pena... Ninguém perceber isso!
publicado por SISTER às 11:15
*Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar.
Para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.*
Eugénio de Andrade
publicado por SISTER às 11:15
Nasceste e logo te puseste a chorar,
Teu cabelo pretinho lembrava a noite,
E os olhos tinham um certo oscilar,
Como as candeias ao vento num açoite.
Que pequenino tu eras, meu menino,
Na incubadora te puseram ali,
E, eu, sentindo-me o homem mais sozinho,
Fiquei toda a noite ao pé de ti.
Os dias passando regressaste ao lar
E eu contente não me contive,
Para finalmente poder-te acariciar.
Montei um berço que não existe,
Porque o meu filho já não vive,
É imaginação minha que ainda persiste.
Jorge Humberto
publicado por SISTER às 11:15
Nunca foi o leitor destas linhas, a cada tempo, leitor apenas de um livro. O
que nisso pudesse haver perdido em mais aprofundada atenção a cada página
teria ganho, por certo, em variedade e ligeireza, e não pouco no número de
palavras que lhe passaram sob os olhos. De resto, são muitos e bons os que
entendem que lendo depressa se lê melhor, pelo que também aqui teria
recolhido algum benefício.
De momento, e num rápido balanço, tem em mãos nada menos que um romance
francês, uma biografia por uma contemporânea lusa, dois volume de viagem que
lhe falam da Estremadura espanhola, um ensaio que procura sondar a alma mais
recôndita de um grande renascentista, um estudo sobre a defesa dos direitos
cívicos na Grã-Bretanha. Isto, para além das cartas que recebe, das
pesquisas que realiza, dos diários e semanários que compra ou que lhe
emprestam e, enfim, das facturas, dos ofícios, das ordens-de-serviço e de
outras miúdas e quejandas asquerosidades.
Ler desta forma, com paixão e angústia, como se daí dependesse algo como a
sobrevivência individual e colectiva, torna-se, estamos em crer, vício de
que será bom irem-se limpando os principiantes. A nós, que o temos
inveterado desde a infância, praticamente impossível se afigura a conversão
a uso mais salutar e, convenhamos, mais humano do tempo. A leitura é já não
um hábito ou uma obrigação ou um jogo, mas acto biologicamente elementar a
que só pela violência contranatura se logrará resistir.
Junto deste sujeito compulsivo não colhe o argumento de que a vida não são
letras impressas, nem vale a pena pedirem-lhe que explique como o tempo lhe
basta para a prática da sua mania. Achará sempre desculpa para o
esquecimento que comete de outras mais proveitosas e necessárias funções, e
explicação para o preenchimento dos minutos que lhe sobram com o
preto-no-branco da sua perdição.
Acreditamos, porém, que não seja tão novo o fenómeno quanto o consideram os
nautas embriagados na celebrada galáxia de Guttemberg. Não seriam desta
massa, com efeito, os velhos poetas escanzelados, os Jeremias e os Ezequiéis
e os Jonas, soletrando com seus lábios de poeira castanha os versículos de
um longo texto interior? E a proverbial sibila de Cumes, de olhos cerrados
em sua húmida gruta à beira-mar, traduzindo em grandes brados e grandes
gestos a oração que alguém depositara em suas entranhas? E os loucos, os
fala-sós, os sonâmbulos de todos os tempos e lugares?
É como se o escrito desse corpo aos dias. Nele se vêem contidas as leis e as
respostas, a morfologia dos sentimentos e do pensar, o passado e o futuro, a
imaginação e a fé. Regressa-se a ele como à fonte donde promana a
existência, nele se vertem as razões de continuar e de permanecer entre
coisas que façam, ao menos, um pouco de sentido.
Os leitores de um livro de cada vez são quase sempre ocasionais, ou *parvenus,
*ou obrigados, ou gente que lê para matar as horas, o que constitui a mais
alienada e alienante modalidade de ler. São tipos em geral mal apetrechados
do apetite vital, destituídos dessa curiosidade ou dessa atenção pelos
outros em que se baseia, talvez, aquilo a que chamamos atracção ou fascínio
pessoal. Preferível, então, no critério de um leitor obcecado, não abrir
volume que se veja, investindo em outras sedes a energia desse modo
desperdiçada. Só lêem assim os que, perguntados da marca de um vinho
provado, se declaram inteiramente esquecidos, e o identificam apenas como
maduro ou apenas como verde, quando não simplesmente como tinto ou como
branco.
Mas há preços muito altos a pagar pelo pecado de ler sem conta nem medida,
sem horário nem maneiras, sem receios nem descrição. E são variados esses
preços. Não residirá, com certeza, o menor de todos eles nessa estranha
cegueira dos leitores enraivecidos, a que não os deixa ver a finíssima rede
das nervuras da folha de um plátano, e que os proíbe assim de viajar através
dela, numa interminável, maravilhosa, redentora expedição sem roteiro nem
mapa.
in Mário Cláudio,
publicado por SISTER às 11:15
Percorriendo este inmenso mundo,
Vi mucha gente, todas diferentes.
¿Pero no es eso lo que lo hace fecundo,
Cuando nos sentimos ausentes?
Vi palacios y castillos muy antiguos,
Príncipes y reyes, sobraron algunos.
De fijarme no dejé en algunos artículos,
Relojes sin manecillas.
Visité la Sagrada Família, dormi en el borde
Del Coliséo. vi el cenáculo romano.
De Ucrania. su extensión en semillas.
Ah! pero no hay nada, como mi país,
Del vino del Duero ir tomando
El gusto de la tierra, donde salubre, me hice.
Jorge Humberto
publicado por SISTER às 11:15
Criar-te
A cria do mito
Fazer-te bonito
Espelhar-te Narciso.
Criar-te
No puro êxtase
Num molde perfeito
Admirar-te.
Criar-te
Com pele macia
Na cor rosa mate
Acariciar-te.
Assemelhar-te
Ao corpo de Adonis
Um pouco Neruda
E eu tua musa.
Resultas!
Do meu próprio feito
Carícias no jeito
Meu amor perfeito.
De Neruda o barco a vela
A casa tosca
Na Toscana,
Tua coleção de conchas
A espera
De uma bela
Ou quem sabe, vela?
Ah! Poeta dos Poetas!
Quem dera fizesse
Amar
E a amar fizesse amor.
De tuas velas ao mar
Meu branco acetinado,
Na tez
Que tu beijaste,
Virasse eu, teu barco a vela
Para ser navegada por estes braços!
LuliCoutinho
Anna Paes
publicado por SISTER às 11:15
Cada vez que meus versos
A ti chegavam
Era o amor que te gritava
E que ganhava o mundo
Mas tua voz não retornava
Só que o coração bem no fundo
Mantinha viva a chama
E fazia brotar a poesia...
Eu te roubava a inspiração
Porque, em essência,
Você tinha me roubado o coração...
Malu Otero
publicado por SISTER às 11:15
Foi-se embora o poeta;
não levou seus versos;
deixou, entre letras, a rima.
Sem dizer nada,
partiu sem despedidas.
A saudade gritou,
chamou por seu nome,
mas ele, distante,
não ouviu, ou viu
as horas de angústia passarem.
O relógio do tempo parou
de marcar tristezas;
o cansaço venceu.
Silêncio...
o poeta adormeceu,
sonhando com a seu grande amor.
Além da imaginação,
finalmente ele chegou,
e, nos braços da felicidade,
sente em paz a liberdade, encantada,
ler seus versos ao vento.
Schyrlei Pinheiro
publicado por SISTER às 11:15
Era uma vez um Rei muito vaidoso. Esquecia seus súditos, gastando
fortunas para satisfazer caprichos pessoais. Um dia anunciou que
doaria generoso prêmio a quem trouxesse, na palma da mão, alguma
coisa que representasse o seu poder.
No tempo marcado, apareceram os candidatos.
O primeiro colocando-se diante doRei abriu a mão e - oh! - nela
estava bela miniatura de uma coroa de ouro, toda cravejada de
pedras preciosas.
O Rei fez um muxoxo.
Outro, tomando-lhe a vez, espalmou na destra um trono, esculpido
em delicado marfim e terminado em artísticos entalhes.
O Rei sorriu lisonjeado.
Seguiram-se outros candidatos traziam imponentes corcéis; arcas
de tesouro com jóias miniaturizadas; mantos esplendorosos. A
todos, o Rei após arregalar os olhos, determinava que passassem
para o lado.
O último era um jovem.
Modestas roupas não escondiam o seu belo porte. Adiantou-se
calmamente abriu diante do Rei a sua palma.
Estava limpa e... vazia!
- como?! - indignou-se o Rei, ao ver que nada havia na mão do
jovem -. que significa isto, afinal?!
O jovem sorriu.
- Majestade - disse, fazendo ligeira revêrencia e continuando
a mostrar a mão vazia-, toda a autoridade na Terra é uma
delegação do Pai celestial e todo poder será sempre retomado um
dia. Que poderia melhor representá-lo, perante Deus que é o seu
doador? Nada melhor do que a palma da mão imaculada como o era no
dia do nascimento.
O Rei ruborizou e baixou a cabeça.
Conta-se que, a partir daquela data, o Rei entrou em meditação e
passou a ser menos generoso consigo próprio e mais devotado ao
povo que lhe fora confiado no Reino.
Roque Jacinto
publicado por SISTER às 11:15
Constantemente sonho com dias melhores e estes me parecem sempre distantes.
Vejo as dificuldades pressionando meu coração a ponto de não acreditar
em palavras de paz.
Sinto a angústia e o peso da tal escuridão.
Mas afinal onde está a minha Luz?Somos todos filhos de Deus e porque vivemos em meio das violências, das corrupções, do desalento humano?
Amigo, não deixe de sentir as flores,
o vento,a dança das nuvens,
o movimento das folhas.
Não deixe de sentir a presença
do amor em seu coração.
Faça da escuridão a porta que se fecha para o que é puro em seu ser, a busca desenfreada para alimentar os desejos
superficiais de sua existência.
Não somos apenas matéria, não somos apenas vítimas do dinheiro.
Somos seres que sentem a alegria de poder viver, de poder amar, de sentir em nosso interior a extensão de todo o Universo.
A sua Luz está na quietude da auto opressão, da sua própria cobrança em não ter o que a indústria do consumo
lhe instigou.
A sua Luz lhe aguarda para que possa realmente ser aquele que nasceu para sorrir.
Permita-se viver.
publicado por SISTER às 11:15