Como vencer a guerra a não ser pelo amor,
mas não esse amor de historias em quadrinho
e sim aquele que flui, que vem de nossas entranhas
que nascemos com ele, que cultivamos dia a dia
em todas nossa manifestações de vida
entrega total sem medir a quem dar
e de que maneira dar
Um amor independente de credo, cor, raça, religião
posição social
Mas simplesmente amor
Se o homem conseguisse quer por um instante apenas
realmente amar, como quer dizer o verbo
não teríamos o mundo que temos hoje
Onde o único animal que fere por ferir,
mata por matar, somos nós
E ainda somos ditos animais racionais
providos de inteligência.
Quem realmente é o racional?
Aquele que trucida sua própria espécie,
que mata pelo simples prazer de matar,
que destrói, queima, desmata, faz guerras
Que mundo é esse, que animal somos?
os racionais que abandonam suas crianças
a própria sorte, joga seu velhos em asilos.
E tudo isso por quê?
Ser mais poderoso, o melhor o senhor do mundo
ou mesmo dar fim aos seus arsenais já com data quase vencida
mas podemos mudar
não fiquemos nessa mera constatação
do que somos e de como vivemos.
Vamos buscar dentro de nós
o que de melhor temos:
O amor...
Ame para ser amado
Não espere faça já...
Fátima Mello
Na janela de minha casa,
Pus vasos e flores,
Por onde perpassa
Todos os exóticos olores.
Enfeitei-a com estrelas,
Que ao mar fui roubar,
E no quadro, para vê-las,
Pus bambinelas a enfeitar.
Manjericos e açucenas,
Em vasos agrestes,
Lembram cenas
De campos campestres.
Tenho-os dependurados
No preito da varanda,
E as aves passam de lado,
Semana após semana.
Tenho quadros com cavalos,
De tintas bem delineados
E ouço ao longe os badalos
De chiste bem enfeitados.
Tenho ainda um tela só minha,
Pintada com extremo vigor,
Está num canto sozinha
Há espera de se expor.
Colecções de animais
Perfazem espaços isolados,
Não tenho preferências tais,
Só que estejam bem afinados.
A biblioteca é rica,
Está a um canto isolada,
E é preciso uma certa genica
Para se dar por bem achada.
Tenho ainda o meu canário,
Que está na muda da pena,
Mais parece um armário
Que deixou de ter tema.
Assim é o meu quarto,
Com alta tecnologia,
Um demorado parto,
Que nasceu num certo dia.
Jorge Humberto