Não trilhou as sendas dos homens
nem penetrou nos caminhos
do grande espírito.
Não foi homem nem santo,
com vaidade fechou seu coração,
colorido pintou seu corpo.
Levando porrada do mundo
seguiu, mutante, indo aos extremos
onde poucos foram e muitos sucumbiram,
zumbí de um palmares sem esperanças.
Cruzou a terra de maldições
região de disputas e competições.
Áreas cercadas com arame farpado,
paredes com cacos de vidro,
cães-de-guarda fardados
nas lojas, casas e ruas.
Prisões por todos os lados.
Filosofou a ébrios e drogados
em bares, guetos e esquinas da vida.
Com brilho, inteligência e formosura,
furtou, enganou, traiu, infligiu sofrimentos.
Decepcionado, odiou e invejou,
mentalmente torturou e a todos culpou
quando, no espelho, só mediocridade encontrou.
Na lama, no poço, no fundo até o pescoço
quis morrer, cansa quem só fracassa.
Pediu pelo inferno, viveu só o frio inverno
Quis tudo, o mais profundo.
Penetrou no mais interno
se embriagou e, moribundo,
praguejou, cuspindo fel,
ora, vá pro céu!
Zion Freire