Estou ferida e como um pássaro
vou voar para o mais alto
onde possa me esconder nas nuvens
deitar e chorar todas as minhas impaciências
minhas asas sangram e não posso cura-las
tão facilmente
Preciso que os ventos me impulsionem
me ajudem a subir até onde se escondem
e se quebram os rugidos dos trovões
no etéreo posso verter minhas lágrimas
até que congelem sem me machucar
ainda mais
Não quero ousar em mais nada
nem almejo contemplar os vales
o topo perdeu a magnitude
e as liras nem ecoam mais notas suaves
varri meus sonhos e apaguei todas as lembranças
é imperioso que eu morra um pouco
Se dentro de mim restar um pedaço
do meu coração inflado
não farei nada para dar-lhe o sangue
que o reforce em sua batidas
posso impedir... se quiser
que ele me perturbe
Preciso de liberdade em mim
para mim e em tudo
nada de prestar contas
estou no caminho zerando perdas e ganhos
não quero esperanças para um recomeço
apenas peço que me esqueçam
Quando eu resolver voltar
serei eu mais eu
não haverão seqüelas ou imperfeições
não me cobrarei nada, apenas quero oferecer
minha companhia como garantia
para que eu possa superar essa queda.
Tília Cheirosa
Tradução de SergioBarros
Nestes caminhos