Súbito, fui tomado por
uma sensação estranha,senti
como uma folha que se desprendeu
da haste,deixando a companhia das flores.
Como acontece, aproximou-se
a decomposição, e o vento chegou
e fez flutuar sem destino pela atmosfera
o pouco que restou.
Os vestigios de uma existência
foram eliminados, e por certo
ninguém se lembrará do que
aconteceu naquele jardim...
Na plenitude dessa sensação,
e na mesma proporção, vivi e amei,
e então, o remoinho do tempo arrastou
as sobras a seu bel-prazer,
e assim, morreu quem sempre quis ser feliz.
Wilson de Oliveira Carvalho