As ondas chocam-se nas pedras
desde os tempos imemoriais
sem cessar o movimento jamais
a onda rompe, a pedra quebra
Sou a onda a bater em rochas
sou uma rocha a lutar no mar
sou o ir e o vir do meu poetar
sou o samba e sou a cabrocha
Sou a onda enquanto eu lapido
sou rocha quando sou lapidado
sou a mescla de meus sentidos
Sou o profano, sou o sagrado,
sou o mocinho e sou o bandido,
sou o milagre e sou o pecado.
Jorge Linhaça