Minha alma é um farol longínquo e ermo,
lançando luzes em todas as direções
em que te busco, mar afora,
no oceano de tua ausência!
Meus dias são ancoradouro
pousado no tempo...
suspenso entre a saudade e a esperança...
Cais só de partida à vastidão e vai...
- batel de minhas desorientadas ânsias !
A saudade põe-me alerta,
a tua espera!...
Ruge, rude e vem o temporal...
listras de fogo
trons ecoando tons, pela estiva...
portas abertas ao vendaval!!
Desta solidão sou sentinela!
Por mais alta a maré...
Por mais forte a procela...
Resistirei de pé!
Sempre depois, virá a calmaria
e marolas macias,
me alcançarão nessa restinga,
colhendo as rendas de meus versos na areia
e as conchas vazias de meus sonhos dispersos,
que deixei cair,
ao me equilibrar, na maré cheia!
Eme Paiva