O mundo repleto de máquinas mais se parece ao mar, quando agitado.
Interesses em conflito. Classes insatisfeitas. Famílias desarvoradas. Lares desfeitos. Reivindicações na base da violência. A imprensa veiculando os desastres sociais. Gente rixando, discutindo.
Sentem-se os impactos da maré alta e as depressões da maré baixa.
As ondas da opinião arrastam as criaturas de um lado para o outro, enquanto a tensão lhes espanca os nervos e lhes corrói a resistência.
Você pode, no entanto, construir a sua linha de refazimento.
Escolha um horário, anda mesmo estreito, para o seu banho de silencio.
Imagine-se num recanto verde do campo ou na tranqüilidade de uma praia deserta.
Ouça a você mesmo.
Todos possuímos vozes inarticuladas na mente.
Procure revisar o que lhe aconteceu, horas antes.
Reconsidere as aquisições que realizou e os ajustes que haja feito.
Se alguém feriu a você, mesmo de leve, perdoe a esse alguém com todas as suas reservas de compreensão.
Se você ofendeu a determinada criatura, comece o seu pedido de perdão em pensamento e busque agir, de modo que a pessoa ferida lhe possa ver a presença no ângulo da renovação para melhorar.
Articule os seus planos de trabalho sem precipitação e sem fantasia.
Anote a beleza que o mundo nos oferece: uma fonte de água limpa, o sorriso de uma criança, uma flor que o vento auxilia a curvar-se, homenageando a sua passagem, ou uma nesga de céu azul.
Levante a sua ilha, no mar bravio das horas, e refaça as próprias forças dentro dela. E, no silencio com que ela enriquece as sua existência de serenidade e consolo, compreendera você quanto é belo saber que estamos todos juntos, na mesma embarcação, que a todos nos transporta, em sua viagem multimilionária para o nosso encontro com Deus.