Dei liberdade para a minha poesia.
Hoje ela está sem algemas!
Sem rimas estudadas... Rebuscadas...
Para cometer supostas heresias...
Porque dorme no coração desta poeta...
Juras de amor... Nem sempre tão corretas.
Em meio à muita gente hipócrita, cheia
De misérias e vícios... Que o infeliz lar acoberta.
Alienadas e sofridas múmias mal amadas, desertas!
Mas do que fala esta irrequieta e sonhadora poeta?
Por certo, que sonhos pequenos
E sem brilho... Não são a sua meta!...
Esses... São para os que acordam
Pensando nos cifrões que devem lustrar.
Como aquele velho e conhecido pato sovina!
Juntando traças e cheirando a naftalina!
Meu sonho é maior... É grandioso!...
Quero ver gente de coração inocente pulsando!
Sem inveja, sem esse ódio nojento e criminoso!
Acreditando que um tempo melhor me espera!
Que será retirada da terra a besta fera!...
Hoje minha poesia foi alforriada de todas
As punhaladas... E das almas penadas!
Está liberta da falsidade de todo aquele
Que se diz amigo, mas que em verdade, não é nada!
Amor não precisa de documento, nem de passaporte!
Não faz barganha, nem o destrói a morte!
Dou-me o direito de estar com quem amo, para
Sorrir e viajar comigo nas madrugadas encantadas...
De com os meus amigos... Rir de toda
Essa tremenda farsa... Dessa palhaçada!
Quero ver o sol se deitando sobre a lua...
Ver a lua beijar o sol com paixão e vontade...
Ele feliz... Iluminando a humanidade!
Quero um bando de crianças barulhentas
Correndo felizes pelas ruas.
Envelhecer neste meu pertinaz ideal
De bondade! De amor! Lealdade!
Quero olhar para o céu sem medo e sem culpa,
E gritar... Pode levar-me hoje Senhor!
Estou aqui! Sou sua!
Mas que vença o amor! O ideal! A justiça!...
E o mal se acabe em fétidas cinzas!
Que essa gente boa... Possa enfim... Ter
Vez! Voz! Dignidade! Cultura e Comida!
E não tenha mais que ser...
Tão desgraçada, submissa e oprimida!
Partirei então... Na maior euforia!
Levando o meu amor e a minha poesia!