Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

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Ago 08

A clínica dos desvalidos,

é sempre o bar da esquina,

que abafa os gemidos,

da solidão que amofina.

 

É numa mesa de bar,

onde a solidão se senta,

para ouvir o cantar,

da mágoa que se apresenta.

 

O bar acolhe a tristeza,

e a dor do abandono,

tem vaga pra incerteza,

de quem vagueia sem dono.

 

Mantém sempre reservado,

o lugar da ilusão,

nele sempre está sentado,

quem sempre sonhou em vão.

 

E num cantinho discreto,

recolhido, suplicante,

está quem espera o afeto,

de alguém que está distante.

 

Lá na mesa da caatinga,

onde a conta ele pindura,

o pobre sorve na pinga,

o descaso que o tortura.



E no balcão do ciúme,

na taça da insegurança,

no ponteio do queixume,

chora a desconfiança.


 

No bar não há distinção,

de cor, raça e cultura,

sua localização,

é na Rua da Amargura.

 

Mas o bar é o recanto,

de todos os sentimentos,

onde abóia o acalanto,

que afina nossos momentos.



É também o cobertor,

que nos aquece do frio,

da febre do desamor,

num canto ermo e sombrio.

 

Pra todo mundo tem mesa,

pra quem chora de saudade,

pra quem sorri da certeza,

de um amor de verdade.

 

Tem a mesa da alegria,

que acolhe a felicidade,

e uma taça de sangria,

pra esquentar a saudade

 

Tem a mesa da paixão,

onde corações ardentes,

sorvem com sofreguidão,

do amor os ingredientes.

 

Tem a mesa do apego,

onde um beijo de ternura,

transmite no aconhego,

carinho, afeto e doçura.



De repente um violeiro,

num canto bem ritmado,

finge tirar um argueiro,

de alguém abandonado.

 

Circulando entre as mesas,

um homem cheio de luz,

de todos ouve as tristezas,

o nome dele é Jesus.



Ele abençoa o recanto,

afaga quem está presente,

e pára ao ouvir o pranto,

que sai da alma da gente.



Não tenha receio irmão,

sente-se, o bar é seu,

na mesa da união,

quem paga a conta sou eu.

publicado por SISTER às 07:24

Agosto 2008
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