Começo a caminhar entre esta gente que se diz adulta,
desligo-me do tempo a força, de meu mundo encantado.
Onde só existia o sorriso e a inocência,
Onde eu era cuidado e zelado.
Se foi enfim a infância...
Desponta-me a adolescência
e com ela, começo agora, a conhecer a dor,
a ingratidão, a paixão.
Entre estes sentimentos,
deparo-me com um do qual terei que semear um jardim de amigos...
Enfim, são sementes que nos surgem ao caminho.
Algumas se tornarão grandes arbustos;
outras, árvores que nos recebem oferecendo inclusive proteção;
outras, colocadas neste jardim,
tornam-se ervas daninhas prontas a atacar...
(Amigos jovens, chamados de pequenas flores ainda,
em nosso bosque da vida)...
Outros enfim...
são flores raras e estas vão nos acompanhar até o túmulo,
outros até mesmo pós...
Este sentimento se faz presente em todas as relações,
Não pode existir um amor verdadeiro,
de mãe, de pai, de irmão, de família,
sem uma amizade profunda!
Não poderá existir um amor carnal forte
que não se carregue do sentimento de fidelidade e respeito;
São as águas que regam estas sementes chamada amizade...
Feliz, percorro meu jardim
e hoje,
já muito tempo depois da perca de minha inocência
posso vê-lo repleto de flores.
Com árvores frondosas a me proteger.
Neste jardim de encanto (que é meu) sou o jardineiro,
Mas, todos os ensinamentos de como lidar com minhas flores,
algumas delicadas ainda,
Vêm do Senhor do Universo meu grande amigo...
Para alguns invisível, para mim bem visível...
Na medida que, posso ver a cada dia minhas flores crescerem e ampliarem,
mesmo que às vezes,
alguma flor desgarrada transforme-se em serpente...
Quem sabe um dia ela volte...
Afinal, este Senhor me ensinou:
Sempre fazer do perdão e do entendimento
o grande segredo que utilizo em meu jardim.