Não me queira mal
Tem coisas que passam despercebidas
Carinhos nas mãos
E outras que nos marcam
Mordidas nos braços
Ferro em brasa beliscando a pele
Riscos frágeis no papel
Não guardo ferradura em casa
Perdi a ânsia pela sorte
Desandei na ilusão
Rapel na parede do sonhar
Devo parar com os comprimidos
Pensamentos maltratam a história
Amor sempre uma doença
Rasga a carne putrefata
Abre o peito esquálido
Mostra os batimentos do coração
De nada vale as palavras
Se não houver sentimentos
Não tenha ódio pelo mundo de Adão
Os julgamentos do homem são ficcionais
Todos nós somos réus condenados
Não existe nenhum inocente na face da terra
O câncer come o melhor e o pior