É impossível ver o céu
quando o girassol está frente aos seus olhos,
o teto amarelo some nas nuvens do quarto,
até a morte corre com medo de perder.
É fácil ser rei quando se tem súditos,
amor quando o amor vem à tarde,
paixão quando a boca beija o seio,
brasa quando o tesão incandesce a alma.
Não sei fingir amor, nem ao menos calma,
fiz a água azul ao meu gosto,
disfarce colorido dos traumas,
tingi as lembranças dela, de tudo, até a saudade.
Não sei dizer adeus, de amor não sei me despedir,
deixo uma promessa para mais tarde,
como foi nossa passagem no quase findar do dia,
daqui a pouco é o recomeço no começo da noite.
Voltei ao amarelo, azul, cores minhas, te dou,
dôo-me a seu sentimento, um, qualquer um,
autêntico, exato no tamanho que queira,
no amor que tenho em um pedaço inviolável de carne.
Volta girassol ao sol, ao sol volta girassol,
assombra de amarelo o dia da morte do amor,
faz nascer novo de novo,
como a verdade que digo ao ouvido da mulher que amo.
Caio Lucas