A ternura é a roupagem,
com a qual se veste o amor,
é sua terna linguagem,
a marca do Criador.
Ela é humilde e sincera,
de ambição despojada,
pacientemente espera,
um olhar da pessoa amada.
Ela está na aflição,
de um menino de rua,
ela está no coração,
de quem chora olhando a lua.
Ela acompanha o mendigo,
quando ele estende a mão,
está no mais pobre abrigo,
onde existe afeição.
Ela está na ansiedade,
de quem aguarda a decisão,
pra dar amor de verdade,
a um filho de adoção.
Está na mão estendida,
de quem ajuda um irmão,
num gesto de despedida,
no fim de uma união,
Ela está no olhar distante,
de quem foi abandonado,
no andar cambaliante,
de um velhinho desprezado.
Está no olhar suplicante,
do faminto que definha,
e no apelo incessante,
de quem errante caminha.
Está no choro ofegante,
de um pai desesperado
alucinado, diante,
de um filho que está drogado.
Ela está no gesto humano,
de quem socorre um aflito,
no amor samaritano,
no perdão puro e contrito.
É tão divina a ternura,
que Deus pôs dentro da gente,
que o amor mais ardente,
se expressa com doçura.
Afaste do seu coração,
qualquer tipo de amargura,
coloque em cada emoção,
só carinho e ternura.
Bernardino Matos