Chegada inesperada,
sem ser amada, crescendo 'retardada'
burrinha de dar dó,
'jacu'
na escola, puro nó...
mas nas ruas, roubar laranjas,
frutas de pomar:
jaboticabas, mexericas, jambos, romãs
andar de bicicleta, pular corda,
esperta...
apanhar de vara de marmelo,
enfrentar os pais, rebeldia só...
maturidade...que maldade...
cidade grande, vaidade,
namoros, beijos na boca, emprego, humildade, conflitos,
mudanças mil
caminhos por esse Brasil...
caminhos sem fim...
Brasília-Capital da Esperança,sorriso pelos olhos...
choro nos ombros,
cabelos louros longos
uma beleza escaldante
viver, correr, crescer...
"Minha Caminhada,"
estrada sem fim...
amigos, amores, decepções, alegrias...
"Se melhorar estraga"
ouvia todo dia...
assim foi andando,
por vezes se arrastando, noutras puro orgulho
faculdade, "pós-graduada em muita coisa"
desconfiada...
observando as flores da estrada
amada, desamada,
encantada pela palavra, sua morada
verbo/ação/libertação
Assim faz sua trajetória:
em súplicas, dedicação, amor e oração!
Caminhos - II
Caminhos de pedras polidas, lisas,
tarefas de montanhas verdejantes
córregos sinuosos
campos de amoras
auroras de vida corrida
bicho-de-seda é o nosso amor...
Caminheiros de estradas sem frutas,
dia-após-dia expectantes criaturas de Deus
ansiosos pela ternura, carinhos de um amor
que busca em Zeus o afã mitológico
de realmente existir...sem dor...
Tu, que és minha vida inibida,
elos rompidos pelo destino,
buscando incessantemente encontrar-me
venha até mim, estou a esperar-te,
corpo eternamente em flor.
Margaret Pelicano