Cruzamos nossos caminhos...
Seria o destino entre nós, a insinuar-se?
Teus passos eram rápidos
Tão contrito estavas em teus pensamentos,
que não creio me tivesses visto
se de improviso não nos tivéssemos chocado.
Senti a cadência de meu coração
ecoar desabalado...
Lembraste-me de imediato um deus exilado,
do Olimpo descido!
Observei teus lábios sensuais
em um vislumbre se entreabrindo.
Estaquei dividida entre: seria um cínico esgar
ou prenúncio de suave sorriso?
Afoitos, meus pensamentos
ultrapassaram o momentâneo cenário
e te imaginei, inteiro, nu escultural,
em exuberante beleza, conciso!
Tuas mãos alongadas,
teus braços feitos para intensos abraços.
Sinuosidades de um corpo
que traziam à mente,
luxúria e pecado!
Lascívia exalada em cada traço,
promessas sutis de carícias...
Suprema agonia saber-te tão perto,
ver-te e desejar-te, amante!
Bastou um átimo fugaz
para que me olhasses e a tudo entendesses.
A urgência transpirou imediata de nossos sentidos.
Distantes, nossos corpos se buscaram
e em meio à multidão se possuíram...
No ardor de brasas ardentes,
à chama de beijos,
nossos lábios selaram.
Um ato de posse perfeito
sem nem mesmo um único toque!
Theca Angel