Nas ruas dos meus sonhos passeio,
lembranças que nunca se cansam...
Névoa molhada da saudade interveio,
minhas mãos vazias a alcançam...
Afasto a palavra calada no caminho...
Relembro beijos invadindo anatomias,
sons embalados em desejo e carinho
que o silêncio da madrugada recolhia.
Ora me faltam braços para abraços,
êxtase dos corpos levita no abandono
da minh'alma, que navega em pedaços.
Mesmo sendo de tempestades esse outono,
no acolhimento das recordações me enlaço:
pois que te amo... até meu último sono!...
Anna Peralva