Ó musa, que jazes adormecida
ao pé do lago dos teus sentimentos
Desperta! Dá-me de novo o alento,
da minha poesia, já tão esquecida.
Andam meus versos sem contentamento,
e a inspiração sem viço nem vida.
Desperta minha musa adormecida,
porquanto ainda é chegado o tempo.
Liberta os meus versos do cativeiro,
desfaz em brumas estes meus grilhões,
sopra as velas deste meu veleiro
Voe, a poesia, em mil direções,
não deixes o poeta seresteiro,
naufragar no mar das desilusões.
Jorge Linhaça