Meu doce e suave Amor...
Deténs a força de Morpheus
ao arrasar os planos de Phobetor
haviam sombras acorrentadas
nos álamos, na rua dos Selvagens
reconheces o vento incomum?
...do sopro irmão de Zephyrus
que por aqui assovia de forma diferente
para alguns filhos dos silfos
que para mim também, canta e desencanta
a medida que se adentram as brumas
a concentração pesa nas pálpebras
a meia luz os contornos aparentam
o bruxulear das velas
nenhum fogo é aceso
sem a presença das dançarinas
- as salamandras.
Li o ar_dor da tua última carta
perante a desgraça
tens a confiança estóica
caçaremos quantos vampiros puder:
enterrando-os com a força dos galhos
dos que tem o conhecimento do esculpir;
por trás de uma cortina esvoaçante
a transparência das tuas pupilas
são mais acesas do que dois topázios
mais douradas do que a madeira
que ornamenta qualquer tipo de leito
que se assemelham aos baldaquinos
do século de Luís XVI.
Rosangela Aliberti