Hoje estou de mal com a vida!
Briguei com o amado por coisinhas tolas,
O sol está a pino, mas chove a cântaros,
em meu triste coração!
Oh céus! O que fazer pra tristeza ir embora?
Ah! Já sei...leite condensado!
Abro a lata, mas de repente penso:
porque não um brigadeiro?
Ponho na panela o leite
condensado com muito cuidado,
pensando amorosamente no doce
que é a delícia dos deuses e das crianças.
Um punhado de estimulante chocolate,
espalha cor na brancura do leite.
Escorrego uma colherada de manteiga
que é pra azeitar minha alegria!
Acendo o fogo do calor humano
e aconchego à panela,
mexendo carinhosamente
com a colher de pau...
Ah os tempos da minha avó...
ela também
usava a colher de pau
e mexia e remexia, no fogo lento,
pro brigadeiro não queimar!
Tem que soltar
da panela ela dizia...
e então fica no ponto!
O doce aroma subiu e impregnou a cozinha.
Que gostosos são, os aromas da vida!
De repente ele surge...o brigadeiro?
Não!
O meu amado, com a cara amassada
e um sorriso meio de lado e pergunta?
Tem doce hoje?
Você adivinhou, pois estou louco
de vontade de adoçar o meu coração!
Larguei a panela e corri aos seus braços
e nos beijamos...
e de repente o aroma mudou
para um doce queimado...
Vige! o amado disse...
estou queimando de amor!
Ah maravilha!...
desliguei a panela
e fomos saborear o mais doce
brigadeiro que a vida pode nos oferecer!
Mag Abreu