Um traço sem meta...
Sou um risco finito,
Pedaços de passado,
Um presente que podia ser bonito...
Parêntese fechado...
Sem uma vírgula acrescentada...
Nenhuma exclamação...
Uma interrogação, não interrogada...
Um ponto final não dado...
Um trecho contado errado...
Uma literatura proibida
Um capítulo encerrado...
Todos parágrafos cumpridos.
Nenhum grifado...
Vou seguindo como o curso
De um rio, como suas margens,
Que seguem na mesma direção,
Sem nunca terem se encontrado...
Sou um vertical que chora na horizontal,
Que vive no globo da morte,
Temendo pela hora fatal...
Querendo ou não, um retângulo
Me será reservado, todos
os parágrafos estarão cumpridos
E na horizontal, junto comigo,
Serão levados!...
Mary Trujillo