A alma pede e o corpo clama
a paz que se faz necessária.
Em meu peito arde a chama
dessa necessidade primária.
Se eu falo hoje do assunto,
é por busca-la pra mim mesmo.
me pergunto e repergunto,
se a paz se consegue a esmo.
Tantas coisas trago comigo,
coisas do bem e, nem tanto,
buscando na paz um abrigo,
o sal a correr-me em prantos.
Pazear...que bela utopia,
bailando em tantos versos,
num dia trazendo a alegria
no outro o pranto perverso.
Quem me dera, quem me dera,
fosse tudo como esta paisagem,
ninguém pensando em guerras,
sem perder, jamais, a coragem.
Mas a paz que tanto almejo,
não se faz sómente de rimas,
é a paz contida num beijo,
amor, que à todos aproxima.
Jorge Linhaça