Olha pela tua janela,além,
Vê a chuva que cai tão insistente,
conta as gotas e conta também,
as lágrimas, que correm, indolentes.
Vê o casal a amar-se aquém,
tão próximo da janela, silente,
sem se importar s'existe alguém,
a olhar o seu namoro dolente.
Cai a chuva, em gotas espraiadas,
sobre os corpos desses dois amantes.
Quem me dera, ao lado de minh'amada,
sentir as gotas da chuva pulsante,
e em meus braços, trazê-la abrigada,
num banho d'amor, a todo instante.
Jorge Linhaça