as palavras fogem
quando foge esta errado
as estrofes tornam-se pesadelos
elos que não se encaixam
lambões palacianos no campo
o poema fica distante
sabitus que se negam a carregar folhas
as flores se calam
e a sabedoria das árvores
vai-se com o vento
resta o açoite frio do silêncio
golpeiando sem cessar
as canelas sem meias
quem sonha deixa de viver
as palavras fogem
quando se esta errado
os versos sacrificam-se
na fogueira da inspiração
a queima na inutilidade
fumaça que sufoca
paixonite diabólica
todos os girassóis são sábios
quem não colhe deixa apodrecer
a colher longe do prato
o último dia de verão
reverberando nos néscios
duas ou tres linhas
não fazem uma epopéia
as palavras fogem
quando se esta errado
e o sono não vem
voce inerte debaixo das cobertas
esperando o desabamento do céu
ou uma bomba atõmica
tudo de pior sempre acontece
você não vale nada
estas pessoas estão certas
com suas regras ignaras
seguindo os doze mandamentos
o pensamento engana o tempo
faz de um copo d'agua
um oceano atlântico
carlos assis