Ó ninfa, das asas verdes,
tu te chamas Esperança,
olhai para mim e vêde,
os meus olhos de criança.
Aplacai a minha sede,
prestai-me tua fiança...
libertai-me desta rede,
malhas da desconfiança.
Ó ninfa, que te comoves,
sobe aos deuses meu pedido,
o que digo, não reproves,
nove vezes fui ferido.
Ó ninfa , d' água guardiã,
das fontes tão cristalinas,
velai por mim no amanhã,
ó deusa, fada, menina...
com teu aroma de maçã,
minha alma ilumina
não permitas , sejam vãs,
minhas lutas e fadigas.
Ó ninfa, que te comoves,
sobe aos deuses meu pedido,
o que digo, não reproves,
nove vezes fui ferido.
Nos filamentos do éter,
escreve estes meus versos,
pedí á estrela vésper,
e a todas do universo,
que me teçam um suéter,
com os seus brilhos diversos,
para brilhar incontéste,
o amor que eu te peço.
Ó ninfa, que te comoves,
sobe aos deuses meu pedido,
o que digo, não reproves,
nove vezes fui ferido.
Jorge Linhaça