É tão doce morrer no mar
em teus braços de serenar.
Tão doce que o sol se recolhe
de tanto amor testemunhar.
E vamos mergulhando ao fundo
a respiração se fechando.
Na despedida do mundo,
a nossa tênue luz se apagando.
Nossos corpos perdem a vida,
nossas almas ganham a luz.
Doravante dar-se-ão guarida
no iluminado túnel que as seduz.
Chegamos juntos à outra dimensão,
a mesma praia, os mesmos coqueiros,
a mesma cena vemos com emoção,
e lá longe se avistam os saveiros.
Um trapiche para o descanso
dos involuntários mergulhadores
naufragados no mar em balanço
do barco, causador de suas dores.
Porisso é doce morrer no mar.
Todos os sonhos materializados,
conjugando a dois o verbo amar,
para sempre, eternos enamorados.
Guida Linhares