Cantaste toda a gente e toda a parte,
Preste canto, presságio e profundo,
«Et caetera», automóvel e estandarte,
Canto mar, canto livre e canto fundo.
Te anelo rododendro em rodapé,
Eu rapsodo, sinal, revolução;
Te saúdo carioca e busco até
Canto mar, canto anil e cantochão.
Sonhei que tu nascias dentro em mim
E eu te apadrinhava. Éramos seis.
Eras Álvaro, Alberto e o Latim,
O teutónico, e o Ricardo Reis.
E sonhei que na «Ode Triunfal»
Eu era autor de Lauras dadivosas,
A libido, o licor e o real
Guardador de rebanhos só de rosas.
E quando, malabar, eu for compor
O aljôfar, e alucinogénio,
Não fundam mais dinheiro com Amor,
Não matem, outra vez, o verde Génio.
PAULO JORGE BRITO E ABREU