Há que se perguntar a Vida
como respirar grandes versos
no sustentar das amizades...
tratar do amarelado e a escuridão nas folhas
Há de se estancar os pontos rubros cor de sangue
Palavras são obras-primas
definidas em um dicionário
que nem sempre coincidem noutro papel
Há de se reunir nas ruas do mês da Paixão
com a musicalidade das dissonâncias
de janeiro a dezembro
aparar arestas sob o mesmo teto
antes de se dobrar qualquer esquina...
Há de não se perturbar com as identidades no Teatro
a Alegria não desmancha prazeres
na paisagem na construção das Biografias
Há de se notar que poesia
não se perpetua com a assinatura
Poesia, é o crescimento da muda
de uma das plantas ao brotar na mudez
Há de se prosseguir o não crer na ditadura
Há de se contestar os milagres
sem homem santo algum entre ladrões
Há de se ler as engrenagens da saudade
nos relógios
inúmeras são as leituras de um Poema
Há de se subir ao Infinito sem ser anjo
Há de apagar na Terra
como um sopro de pássaro
Lacrima Christhi sem pretensão...
no pestanejar para uma ou outra estrela
no Céu da solidão.
Rosangela_Aliberti