Dos escombros da alma partida
resta-me o alicerce do amor,
restam-me a esperança e ardor,
e a crença na força desta vida.
Já pressenti da morte o estertor,
já lambi qual cão as minhas feridas,
mas encontrei na fé a sobrevida,
renasceu em mim, um eterno vigor.
Das paredes que ficaram erguidas
tirarei os tijolos que restaram,
para reedificar minha vida.
E das paredes que desmoronarm,
farei minha calçada, colorida
monumento aos pés, que ali pisaram.
Jorge Linhaça