Quanto mais eu m'encontro com o mar,
mais percebo esta minha solidão...
Essas ondas a cantar e marulhar.
Chamando-me a entrar na vastidão.
Quando baixa, a maré, vem as falésias,
qual estradas adentrando o mar
Tapetes de algas, em cores régias,
Como fosse Netuno a me saudar.
O som das ondas, cada vez mais além,
como fosse um eterno chamamento,
vindo nas ondas sonoras do vento...
Tanta melodia as ondas contém,
que eu já me pego a cantar também:
Canto meus versos na orla do tempo.
Jorge Linhaça