O teu corpo ainda teima ao lado do meu. Em forma de uma meia-chave ele nada mais abre, a não ser as portas para o próprio despojo. O teu corpo, enfim, suscetibiliza em mim apenas nojo; e para jogá-lo fora não há como o meu manter-se inteiro. Aquilo em que te transformaste - coisas ruins de doer! - terá inevitavelmente que levar partes minhas - que foram tão difíceis de obter!
Por quanto tempo eu, eterno amputado, viverei sem as partes que jamais se regenerarão?
Carlos Edu Bernardes
Por quanto tempo eu, eterno amputado, viverei sem as partes que jamais se regenerarão?
Carlos Edu Bernardes