Eu bebo a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno!
Poisando em ti o meu amor eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos ...
Os meus sonhos agora são mais vagos...
O teu olhar em mim, hoje, é mais terno...
e a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presagos!
A Vida, meu Amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?
O mundo. Amor?... As nossas bocas juntas
Florbela Espanca