Não cabe em mim tudo o que te quero dizer.
Mas sei-o que estou apaixonado; e meu ser,
Assim confortado, vive a vida aí desgarrado,
Como se não houvesse amanhã encontrado
E no meu pensamento, quando me deito, tu
És a minha certeza, meu propósito, comum,
A todos os dias, que ansiassem o teu corpo,
Voluptuosa enseada, descansando no porto.
Dime, meu amor, que hei-de fazer, à paixão
E que me agasta e judia, tirando-me o sono
Dime, por favor, porque sofre, meu coração?
Ah!, mas, aqui, onde sou eu a sós, não mais
Me olvidarei, nem me deixarei ao abandono,
Serei o jardim com que minhas mãos regais.
Jorge Humberto
Mas sei-o que estou apaixonado; e meu ser,
Assim confortado, vive a vida aí desgarrado,
Como se não houvesse amanhã encontrado
E no meu pensamento, quando me deito, tu
És a minha certeza, meu propósito, comum,
A todos os dias, que ansiassem o teu corpo,
Voluptuosa enseada, descansando no porto.
Dime, meu amor, que hei-de fazer, à paixão
E que me agasta e judia, tirando-me o sono
Dime, por favor, porque sofre, meu coração?
Ah!, mas, aqui, onde sou eu a sós, não mais
Me olvidarei, nem me deixarei ao abandono,
Serei o jardim com que minhas mãos regais.
Jorge Humberto