Aceitei de bom grado, o feliz trato,
que fiz com a morte e quem dela falou.
Que também eu, tanto abomino as lágrimas...
principalmente por não se saber
se assaz sinceras haverão de ser.
Concordo e assino: - Não chorem por mim...
quando algum dia, eu me for daqui.
A morte não existe, o que persiste
são olhos que se fecham pra este mundo,
e abrem-se felizes no futuro.
Lavoiser sabia bem o que dizia!
Já eu, não sei, apenas sinto, e é forte,
a sensação saudável de se crer
na inexistência da megera: a morte.
Sei que tudo se transformará um dia,
quando a fadada me levar, à revelia,
mas serei sempre um ser feliz, aqui ou lá,
o que me importa é manter a alegria!
.
Não tenho raízes, e se as tive um dia,
o destino se incumbiu de me livrar.
Nem ninho eu tenho, e mesmo assim sou rica
quando partir, saudades vou deixar.
E de tudo que eu vivi na escola-vida,
a lição que me fez maior, mais linda,
foi aprender a ser de alguns, amiga.
E amar a todos, mesmo aos inimigos.
Selado fica, pois, e selado estará!
O nosso trato que aqui se firma:
_com a morte, e todos que amam a vida_
tanto e a tal ponto que a concebem infinda.
Tere Penhabe