Por que se perdeu a pureza?
Alguém sabe dela o paradeiro?
Coitada, fugiu assustada, ferida...
Das torpes mãos de um aventureiro!
Sem maldade... Sem máscaras...
Entregou-se a pobre coitada...
A toda sorte de hipócritas palavras...
Menina inocente... Tão descuidada!
Fugiu pureza... Flor tão delicada,
Para os confins da sua nobreza...
Seu coração ninguém mais remenda...
Vive chorando... É só tristeza!
Era só bondade... Essa pequena!
Tinha no olhar... Estrelas brilhantes...
Seu sorriso era encantador, contagiante!
Hoje é sombra da formosura que era antes!
Pureza acreditou na bondade, na amizade...
Na verdade humana... Sem vaidade...
No desinteressado e santo amor fraterno.
Pureza fugiu da mesquinha e cruel falsidade!
Já não canta, não sorri, em nada confia!
Vaga na noite longa, tenebrosa e fria!
Exilou-se de todas as misérias do mundo...
Só tem um céu cinzento como companhia!
Marilena Trujillo