Ah, poesia, minh'alma de sonhar-te anda perdida...
Porque o mundo me tem requisitado a presença,
pausei a minha verve em estado de dicionário,
mas o coração ferve e clama por meus versos:
-Ó formas alvas, brancas, formas claras!
Porque, poesia, longe de ti são ermos os caminhos,
requisito os versos que, livres deixei medrar...
Ergo-me do meu chão interior a te buscar
A compor poemas de amor, soltos ao vento
E, mesmo sabendo que o amor é
um fogo que arde sem se ver,
de tudo ao meu amor serei atento.
Ah, nesse mundo real tão barulhento,
sempre há uma pedra no caminho e
sem ti, poesia, um desalento:
A Humanidade encontra o mundo,
que ela encheu de vazios!
Canto à Humanidade,
ainda que esta seja a última dor que ela me cause,
e estes sejam os ultimos versos que lhe escrevo.
Digo aos meus verdes versos:
Levantai-vos, heróis do novo mundo!
Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!
E veros amigos, versos meninos eu vi!
Dançando nos corações em sonhos e
os sonhos um a um céleres voam
como voam as pombas dos pombais!
Busco então, por meus irmãos poetas,
que ja cantaram, que inda cantam, que cantarão!
A saudar-vos, poetas, sobranceira
Em primavera versos vinhos os buscarão
à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais
e porque sei que todos passarão,
eu passarinho...