Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

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Out 08

      Eu sou desatenta,
      esquecida com coisas importantes,
      mas lá no fundo
      a alma de criança
      brinca com as futilidades...

      Muitos pensam sobre minha desatenção:
      'absurdo ela esquecer meu nome,
      escrevê-lo errado!'
      Eu também sou assim
      e corrijo o amigo! Situação inimaginável!

      No entanto o tempo vai passando,
      acelerado ou lento
      e percebo que o que antes me incomodava
      não me incomoda mais
      e o que não me amolava, agora perturba...

      Bela pessoa confusa,
      um dia sol, noutro lua, noutro chuva...
      e olhem: lua tem só quatro fases,
      mas eu me multiplico
      e me torno obtusa!

      Também, sei que não me conheço!
      Acho que me conheço!
      De repente, lá vem um tornado e me revira,
      giro pelo espaço,
      e me estatelo lá embaixo!

      Vivo dizendo, sou assim e assado!
      Ah! cabeça des/compensada,
      sou nada disto, faço e me desfaço,
      da rotina formo laços tristes;
      na agitação, prefiro a calma!

      Desta forma sou botão de flor,
      que murcha e renasce
      conforme as estações do ano,
      conforme o trem da vida,
      e assim, amorosamente vou levando...

      Crio saudades arrependidas,
      descasco abacaxis,
      mato leões todos os dias...
      Sinto prazer em cozinhar,
      passada a fase da cozinha...começo a odiar!

      Bordo as horas,
      adoro verdes abobrinhas,
      principalmente as feitas por minha mãe
      minha rainha...
      Meus filhos e neta, tesouros!

      Costuro-os todos na bainha!
      Por onde passo eles estão comigo enlaçados,
      nos pensamentos debruados
      amontoados de carinhos!
      Amo amigos e deles não me desfaço!

      Ilha que sou, às vezes me isolo,
      como amante, colo!
      Adoro colo e quando acho um...solo!
      Em sinfonia decoro na horizontal e na vertical
      a canção do Sol, da Lua e da Chuva

      Sou rio que deságua em plácidas lagoas,
      quando irada corro pro mar
      até me cansar...
      então pego do barco a proa
      e começo a marulhar...

      Aos marujos encanto
      com meus versos
      quando estes estão no cais
      buscando na mulher o universo,
      e como sereia serpenteio
      seus corpos necessitados de carinho...

      Ah! se a noite falasse,
      os gemidos nas camas contassem,
      haveria mentiras e verdades
      andando de mãos dadas pelo mundo à fora,
      mas sou rio, e rio corre

      até morrer no mar
      e em círculos voltar
      e formar nuvens, e molhar
      e se refazer
      no incessante vir a ser

      do alinhar a vida,
      do acontecer,
      do sobreviver,
      do apontar a direção
      para rejuvenescer!

      Sou tanto e não sou nada:
      criança, jovem, velha muralha!
      Aquela que de nada quer saber,
      e aquela que tudo acolhe,
      e aprecia amanhecer!

publicado por SISTER às 11:45

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