Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

30
Jun 10

Surgiu-me por estes dias
em minha casa
um companheiro de penas laranja
um menino ainda de meses de vida
com a alegria
e a ginástica próprias da idade.

Ainda não canta mas já vai
trauteando
algumas canções de deixar encantado
quem quer que o escute
andando de cá para lá na
gaiola onde recebe seus amigos pardais.

Sua figura esbelta e jovem é a inveja
dos poleiros cá da zona
e quando lhe digo para ir buscar
uma sementinha
ele mostra-se feliz com a sementinha
no bico andando de cá para lá me mostrando.

Depois de ter perdido o meu canário
branco que muita tristeza me deixou
foi bom receber
este novo companheiro
novo na idade (conta meses)
e novo cá em casa.

É um animal muito querido
sempre pronto a mostrar-me as maravilhas
que ele faz ao voar
e aqui e ali já vai tentando cantar
chamando-me à atenção
e de seus amigos pássaros.

Por toda a tristeza que passei
com a perda do meu Branquinho
não podia vir em melhor hora um novo
companheiro
para alegrar meus dias e noites
com a sua invicta juventude.


publicado por SISTER às 13:15

Tenho uma mão cheia de nada
na outra o Mundo e tudo o que
nela cabe,
saber atender às duas
é esforço que não me nego.

Quando passo por mim indolente
tenho as mãos vazias
com grãos de areia a esvair-se
por entre os meus dedos
caindo a meus pés insolentes.

Se por mim passo e vou contente
tu que há na Terra é meu
e não lembra a quem esqueceu
os momentos de pura
difamação e apatia.

Deito meu corpo cansado à
beira rio
fecho os olhos ao sol que me dá
defronte e todo o vermelho
é meu e em mim adormeceu.

Sou um pequeno vagabundo
calçando estradas e o que não há
se de mim foge o sonho
calcorreio caminhos
procurando quem lá está.

E vou daqui para outra parte
procurando o meu reverso
se em mim é e cabe
sou rei em terra de cegos
e sou talvez controverso.

Na orla do rio sou poeta
no mar ao largo o que houver
se me tento disciplinar
não sou aprumo nem regra
e resguardo o que lá couber.


publicado por SISTER às 13:14

Cabeça deitada,
por sobre o braço direito,
apoiando-se este
nas costas do sofá,
olhar vago e distraído
(quem sabe o que sonha),
diz de tua disposição
enquanto lá fora chove.

A um canto uma mesinha,
onde repousa um
copo de chá e um livro antigo,
aberto ao acaso
e a chuva que cai pelos vidros,
criando lágrimas
de um passado,
que teima em vir à luz do dia.

Que pensarás tu doce mulher,
aí sozinha na sala,
sentada sobre o sofá,
que olvidas a chuva que cai?
Que te esqueceu o livro,
que o largaste ao abandono
e nem a sede te veio
deixando o chá para trás?

No silêncio da sala,
suspiros ecoam na tarde.
cabeça deitada por sobre
o braço direito, com que se apoia
no sofá, que pensarás tu mulher,
que te esqueceste do livro aberto
e o chá que ficou por beber,
aí onde a chuva bate nos vidros?


publicado por SISTER às 13:13

Em um céu azul de azuis infinitos
escrevo meu poema à beira-rio
aqui não há lugar a proscritos
enquanto a vela queima de fio a pavio.

Minha pena discorre sem parar
na folha alva à sujeição
o que eu queria era não acordar
e deste sonho não ter mão.

Mas o sonho é pequeno para mim
e meu pensamento a revoltar-se
cria jardins de sândalos e jasmim
e tudo o mais que não queira olvidar-se.

Penso como quem respira não há ilusão
que restrinja o seu apogeu
e se hás vezes fala a voz do coração
é porque é mais forte do que eu.

Vou pela natureza a vaguear dolente paz
que não é minha mas me pega pela mão
quando aqui tudo aquilo que é capaz
é fruto de uma qualquer frustração.

E estou em mim e não sou eu
carrinho de rodas que roda sem parar
só a palavra etérea me comprometeu
só eu sou capaz de aqui criar.

Meu poema é findo e seu fundamento
qualquer coisa me diz alegada poesia
e eu vou por mim como num entretimento
a chamar às noites amanhecido dia.


publicado por SISTER às 13:12

Tenho uma folha em branco
foge-me da ideia o poema
meus ideais de quebranto
o testemunho e o teorema.

Não sei todavia o que escrever
se o que penso se o que sinto
talvez descrever
o que é em mim e somente minto.

A minha pluma flui inerente a tudo
se não houver aqui o que dizer
mais vale o poema mudo
que tem sempre muito por onde se ler.

E a inspiração está arredia
não consigo contornar este problema
transformo as noites em dia
sem fazer uso de grande esquema.

E assim nasceu mais um verso
chove em mim nos meus pensamentos
de tudo o que lhes mostro é o reverso
de todos os remédios e unguentos.

A folha alva vou preenchendo
com uma poesia de gritos
só fico aqui temendo
criar quaisquer atritos.

E assim nasceu mais um poema
que antes de o ser já o era
na minha alma lânguida o dilema
de tudo o que lá aprouvera.


publicado por SISTER às 13:11

Num céu de imensas saudades
as nuvens trazem até mim
o teu rosto querido e amado,
que minha imaginação e o meu
amor encarregam-se de
me fazer lembrar.

Hoje não estás… mas tu estás
sempre a envolver-me com teus
braços acolhedores
e em silêncio falas-me
desde a tua lonjura,
que passa por mim como num sinal.

Um sinal de dois amantes
que se perdem no bem-querer
e no bem despertar de nossas
almas circunspectas,
que se juntam quando tudo
o mais é vazio.

Não sei mais passar um segundo
sem ti sem tua presença,
rica e afectuosa,
que faz de mim um homem
completo
na complacência do dia.

E no orvalho da manhã
recorro aos meus versos para
te dizer do silêncio que vai em mim,
quando é de ausência a tua graça
e me refugio no poema plasmado
como um cenho em meu coração.

A dor da ausência
não me sossega e eu crio asas,
para voar até onde és tu a sós,
comprometida com a vida,
na palavra erigida na
minha alma desassossegada.

Vejo-te à janela
onde costumamos conversar e requerer
a paz necessária, a este
amor tão puro que se vai fomentando
mais e mais,
como numa figura etérea de mil sóis.


publicado por SISTER às 13:10

Num céu cinzento de borrasca
a chuva cai sem cessar,
por toda a aldeia.

As folhas estão carregadas
por causa da absorção da água
e os ramos desenham figuras
molhadas.

O nível do rio subiu e galgou suas
margens, deixando
a orla lamacenta e poluída.

Os carros circulam de luzes
acesas  e em passo
desacelerado,
não vá a má sorte bater-lhes à porta.

As pessoas correm a
abrigar-se das águas que caem
imperiosamente e sem sossego.

Ainda assim os pássaros
cantam nas copas
das árvores
verdes escuras.

Uma leve brisa torna-se vento
imune às chuvas
molhando o granito das casas.

E as cores tomam uma tonalidade
parda
com as nuvens ameaçando
trovoada.

Acerco-me da janela para
observar
e retiro-me para escrever.

Chove sem parar.


publicado por SISTER às 13:09

À luz fosca da tarde
frutas sumarentas e uma
garrafa de licor
preenchem
este quadro de uma natureza morta.

As cores são fortes e vivas
e quem bem reparar
mel verá saindo das uvas
e as parras se enredam
nos cachos expostos.

Os pêssegos estão amadurecidos
nas suas cores
amarelas e
as ameixas apresentam
uma tonalidade roxa.

Uma maçã vermelha
esconde-se entre a uva branca
e as folhas de parra
amarelas e verdes
completando o quadro.


publicado por SISTER às 13:08

Tem dias em  que me sinto um Barco encalhado.
Um Barco que se perdeu dos movimentos da maré,
se perdeu da vida ,  vive em Seco.
Agora, tudo sempre o mesmo, ao redor...

Saudade de imagens se renovando,
estar indo ao Norte, até que meu destino seja o Sul.
Ouvir o barulhinho da Cachoeira em tendo adentrando ao Rio,
e sorrir para o reflexo do Sol repousado na Lagoa.

Ter iniciativa de ir e vir,
cumulada com capacidade de fazer ou não.
Vida que deixa sorrir, segurar as mãos...
Caminhar no mesmo sentido, olhar na mesma direção.

Sempre existe uma esperança mesmo que tênue.
Tantos Tsunami dizimando vidas,
quem sabe, uma onda altinha remova o Barco,
coloque Vida na Vida, oferte novos caminhos...


publicado por SISTER às 13:06

Meu amor, ainda tenho a dizer-te
Que quando temos encontro marcado
Fico numa ansiedade doida
Que dói de um lado e alegra por outro
Não se deve atropelar o tempo
Mas eu fico deliciando tua presença
Mesmo que ainda você esteja distante
Convenço-me que sem você o momento é triste
E se a ausência é grande sinto que vou morrer
Mas a espera tem êxito e ai ressuscito
Pra convencer-me mais uma vez da tua beleza
Vou te contar que, às vezes, passo de madrugada
Nos dias de chuva e de fortes trovões
Na rua que moras, para sentir tua presença
Busco no escuro e no claro da Lua
Busco-te até onde sei que não vou encontrar
É que crio possibilidade de ti ver sempre
Você existindo, em todos os lugares

E você me mostra sempre uma realidade
Que busco, não sei por que em ficção
Sob as chuvas, Sol, e clarões naturais
Você está, porque se sedimentou em mim
Busco-te no escuro e te encontro mercê tua luz
As agressões da vida não me deixam marcas visíveis
Se sentir dores, não vou propagar, dizer por que
A guerra maior é fazer Deus entender
Que não busco prioridade, não, não...
Mas um livre trânsito de alma eu e você
Poderia ser contemplado, porque não onera
A disponibilidade da vida, se nos for acrescentada
Seria uma recompensa a quem busca presença
Carinho, ternura, toque e gozo sem fim
Acreditando que as graças podem ser sempre
Que pra ter graça não precisa ter fim


publicado por SISTER às 13:05

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